Suponho que não haja mais espaço
Para o que não seja amar
Proponho que a vida agora seja bela
E que as dores sejam vistas de outra forma
Como luz em nossos passos
Passo a passo,
tudo passa e ao mesmo tempo
Tudo fica
Porque tudo é nada mais
Do que a própria vida
E a vida é um compasso
Circular
No universo
Cada círculo
O reverso
E em cada volta me refaço
E entre versos e reversos
Circulares
A canção se faz mais viva
E entre todos os momentos
Aprendemos a viver
Uma nova alma
Renovada como pétala de flor
E de tudo que aprendi
Sob meus passos
O que devo espalhar em cada canto
O carinho como a fonte do amor
terça-feira, outubro 31, 2006
Carinho (Ale - 31/10/2006)
segunda-feira, outubro 30, 2006
A Pedra (Ale - 30/10/2006)
Às vezes me sinto pedra
Atirado ao deserto
Em minha volta
Distâncias infinitas
E solidão
O calor infernal
me corrói os sonhos
tento buscar um brilho
de gota d’água
ou o cheiro de uma rosa
mas a tempestade
de areia seca
me cobre a face
agonizo nas noites frias
do meu próprio coração
e um medo invade
apenas lágrimas me consolam
e quando choro
revivo dentro de mim meu sonho
de que os ventos me atirem ao rio
lá, as águas deslizam sobre meu corpo
em forma de carinho
e o próprio vento me acaricia
lá também,
talvez eu tenha
eternas companhias
Só assim, serei completo
Um rio é o paraíso de toda Pedra
quarta-feira, outubro 25, 2006
Meu Ninho (Ale – 25/10/2006)
Um sorriso jogado ao acaso
da vida sentida
Acasos que nunca existiram
Um toque suave e real
Sobre a pele
Também toca a alma
Enquanto o poder se tornou
Almejado por todos os homens
Eu sinto que posso
Apenas sorrir e sonhar
Sonhar com a vida vivida na paz
Com um riso
sem ter um “por que” necessário
Apenas poder existir, me refaz
em Amor verdadeiro
Sincero carinho
Quero sim, ser feliz
E pra isso é preciso viver
Regando em meu peito o amor
Como a gota de orvalho na flor
Como canta um feliz passarinho
segunda-feira, outubro 23, 2006
Pela janela, meus sonhos (Ale – 23/10/2006)
Como se nada importasse
Apenas perceber o profundo
Que habita a alma
Muitas e muitas vezes,
As sensações intensas
me abrem um universo
A tempestade apresenta à flor
o sentido da liberdade
e meu mundo se transforma
Uma nítida impressão
De outra realidade
Minha mente se confunde
Com o que é real
E em cada sentimento viajo
até aonde chegam os sonhos
Vivencio enfim
o amor
Como se fosse apenas isso
E como se no mundo
Só houvesse a verdade
No coração de cada ser que ama
Crio uma imagem de perfeição
Aonde habita o sempre
Sempre e sempre amar
Em fagulhas de vontades
me despedaço
Meus sonhos se espalham
em estilhaços de letras ou arte
Meu sentimento se expande de mim
Como a mais intensa necessidade
De ser enfim
Apenas isso
Amor e Verdade
E tento trazer cada impressão
Do meu mundo sonhado
Pra cá
Por fora
uma decepção me invade
Aquele universo perfeito
Existe?
Ou eu mesmo criei pra mim?
terça-feira, outubro 17, 2006
Minha Realidade (Ale - 17/10/2006)
Fugi pra bem longe
Do que poderia ser normal
Talvez os quadros que pintei não sejam belos
Tampouco os poemas que fiz, reais
Aos olhos do mundo
Porém os faço com a alma
Não posso ser diferente
...é mais forte do que talvez
racional
sou eu,
apenas
Como a cigarra
Que de tanto cantar
Abandona sua “casca”
Mesmo alguém dizendo
“...pra quê? Sua casca é o que mais importa!”
Continuarei cantando o que sou
Despedaçando “cascas”
Renovando no canto à vida
Exaltando em versos e rimas
A realidade que encontro no amor
segunda-feira, outubro 16, 2006
Nem sei ao certo...(Ale – 16/10/2006)
...e então me encontro
em infindáveis sonhos
e vôos
resumo de tudo
em essência de nada
particularmente
subdividido em partículas
sobrepostas, ou não
condensado no que chamo
“SER”
sou...? sim
algo que sente
por isso, talvez o seja
sentimento é ser
de mim
cada suspiro trôpego ou ligeiro
apenas o que sinto
no momento exato em que percebo sentir,
estou sendo
sem isto, existo
apenas
simplicidade complexa
de compreender
quando penso ser
não estou sendo
porque ao meu ver
ou se pensa
ou se é
prefiro ser
o que realmente sou
quando estou apenas sendo
quinta-feira, outubro 05, 2006
A Brisa e o Menino (Ale - 05/10/2006)
Estrelas brincam
Dependuradas em raios de lua
Enquanto a brisa me diz baixinho
“você já viu?
Soprei em cada cantinho
em cada espaço vazio
em cada esquina
e em cada rua”
Assustado
Olhei pros lados
“Quem me falou assim?”
Logo indaguei
“A Brisa”
ela mesma me respondeu
“aqui estou, sou eu!”
Emocionado fechei os olhos
Parei todo meu pensamento
Pra escutá-la
Ela falou:
"não te assustes com minha voz
não vim falar dos temporais
nem sou aquele vento veloz...
vim te dizer:
Vê, cessaram os vendavais
Olhe o planeta
A natureza e as coisas belas
Veja as estrelas
Um universo...
Cada uma delas
Como também és tu
Pequeno mundo de aquarela
tanta nuance
tantos amores
tantas as rosas
tantas as flores...
Deixe-me aqui
Só um pouquinho
Soprando um pouco do meu carinho
E quando eu for
Soprar em outros mundos
Deixo contigo,
O meu perfume com cheiro de mato
O meu aroma do pé da serra
Da noite fria e enluarada,
O meu orvalho de primavera,
e o sereno da madrugada
E o teu mundo
Tão pequenino
Renovará
Teu coração
Menor ainda,
se alegrará
e dentro de ti, desde então
sempre terá
essa vontade de ser menino”