sexta-feira, novembro 25, 2005

Meu Silêncio (Ale - 25/11/2005)


Eu que já passei por tantos caminhos difíceis; Que já me encontrei tão sozinho, apenas comigo e com minha esperança contida no peito! Eu que já me entreguei por inteiro por muitos instantes de paz e depois eu chorei sem meu chão consistente; Eu que já passeei pelo céu da minha alma sofrida e lá encontrei um amor tão profundo quanto à água do poço. O poço da vida!

Ah, como é sábio esse tempo que corre parado em mim mesmo, diante da força guardada aqui dentro. Eu, meus amigos, amores, irmãos dessa estrada que passa parada por mim e por tudo, mas que segue seu curso, tal curso de um rio, um rio de amor e de vida! Eu que voltei tantas vezes pra fora ou pra dentro de um calmo silêncio do lar consagrado, na luz que habita os sonhos que tive e os que ainda tenho.

Eu, meus caros soldados que lutam calados, feridos, também me feri e calei, também não chorei, quando era preciso. Agora, meus belos amores, meus grandes amigos! Entrego minhas dores ao tempo e ao vento que voa perdido no céu aqui dentro!

Ah, minha paz que preciso. Invade minha alma e minha vida. Porque eu, que tanto chorei me perdi, daquilo que sei desisti, me entreguei! É certo, vivi e lutei, com todas as forças que eu tive...

... mas não me achei!

segunda-feira, novembro 21, 2005

O Labirinto (21/11/05)


Dentro de mim me perdi novamente. Agora tão claramente me vejo no obscuro de meu ser incompleto. Distante de muitas coisas que por dezenas de anos pareciam tão minhas. Por quê nos perdemos de nós? Por quê tudo que aprendemos e passamos e que nos trouxe a experiência e a clareza de repente nos é tirado como se nada nos pertencesse? Acho até que realmente nada nos pertence. Nem eu mesmo pertenço a mim, talvez! Sentimento de posse esse meu. Imaginar por algum instante que eu tenho o direito sobre mim. Que audácia!

Sei que tudo é porque quero, mas também sei, se é que realmente posso dizer que sei algo na vida, que não estou sabendo não querer. Não quero querer sofrer de angústias, ansiedades ou decepções, mas pelo visto quero, posto que sofro!
Incógnita?
Discrepância?
O quê? Nem sei, pois se soubesse não estaria perguntando agora!
Dor sem motivo aparente. Desolação sem ser vítima de nada, nem mesmo de mim, porque isso sim, eu sei que não sou! Culpado, talvez!
Talvez? Ouso duvidar que só sou o que quero?
Eis que eu sou, apenas!
Não importam as dores e nem o que passo, porque na verdade tudo é conseqüência do meu próprio passo.
Estou aqui porque quero...queria tanto não querer! Queria?
Não o quero? Quero sim!
Será?
Talvez eu não queira encontrar a saída do meu próprio labirinto!
Esqueci de pegar o novelo na entrada. Só peguei a espada e embora eu me encontre com o monstro e o elimine, de que me adianta?
Não sei mais voltar!
Ficarei por aqui até que me encontre.

domingo, novembro 13, 2005

A Fonte de Vinícius (Ale - 04/11/2005))


Vinícius é mesmo inteligente
tocando a essência feminina
tão lindos poemas recitou
falou tantas coisas do amor
sem nem conhecer minha flor-menina

Pessoa falava certa vez
que era o poeta um fingidor
Então "seu Vinícius" eu já sei
que belos poemas você fez
fingindo conhecer o meu amor