domingo, novembro 28, 2010

Calmaria? (Ale - 28/11/2010)


Minha alma é meio assim
Solta em demasia
Por esta imensidão sem fim

Imensa feito luz que banha o dia
Senão o que há em mim?
Digam enfim, o que seria?

Se não for a cor
Que cor teria?
E se porventura, meu Deus
Não for o amor
Que nasce de uma poesia

O que então
Toda essa imensidão
Que há em mim, seria?

Mera e boba ilusão
me caberia?
Imensurável solidão?

Vulgar filosofia?

Ou um pequeno coração
acostumado a monotonia?

Óh grande mar
De águas bravias
Que sois então?

Vós que por hora és tormenta
Cheia de correntezas
Encrespadas por ventania

Que sem aviso,
avança e adentra
enquanto eu dormia.

Alguém,
no mundo
Real ou da fantasia
Poderá me desvendar emfim...

O que todo o meu coração Seria?
Esse mar,
de tempestade e calmaria?

terça-feira, novembro 16, 2010

Poema do sete-pele ou Poema anti-capital (Baseado no Poema de Sete Faces de Drummond)


Quando nasci, meu pai
Desses que compram
Disse: Vai, Alessandro, (H)enrique.


Os carros olham os homens
Que as mulheres correm atrás
Dos homens sem dúvida,
dos carros, bem mais.

O ônibus passa lotado
Trinta e seis sentados, quarenta em pé
Para que tanta gente pobre, meu Deus?
Pergunta o zelador.
Porém meu patrão, não pergunta nada.

O homem de maquiagem
É sério, rico e metrossexual,
Fala pelos cotovelos,
Cheio de amigos interesseiros
O homem rico, que malha de maquiagem.

Meu Deus, porque te abandonamos?
Se sabíamos que tinha outro deus,
Se sabíamos que éramos trapos?

Mundo mundo gasto mundo
Se eu me chamasse Gastão,
Seria uma solução e não uma rima.
Mundo mundo gasto mundo
Mais gasto com meu cartão

Eu não devia falar,
mas este shopping,
este SPA,
botam este povo entretido com o diabo.