Renovam-se as águas
corrente nos rios,
cascatas que banham as pedras
renovam na chuva
suave e serena
que cai e forma o orvalho
renovam também tempestades
tirando da terra raízes
quebrando das plantas seus galhos
renova-se o mar
maré e balanço
a beira da praia
areia e remanso
renova-se o vento
que forte devasta
Renova na brisa
de sopro bem manso
renova-se o tempo
nas horas, nos dias
semanas e anos
renova-se sempre
a vida, os sonhos e os planos
como a natureza renova em beleza
abrindo as pétalas de um botão,
fazendo surgir uma flor
renova-se o homem
abrindo o seu coração
à força e à beleza do amor
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Renovar (Ale – 29/12/2006)
terça-feira, dezembro 26, 2006
Sou do Rio (Ale - 26/12/2006)
Pequeno e sem saber meu rumo
Entrego-me às águas
Deixo-me conduzir pela corrente
que deságua livre
o meu coração calado
Caio por sobre pedras
Deslizo fácil
do que me machuca
Sou do rio
embora muitas vezes
me despedace,
nas mesmas águas
eu me refaço
embora a dor
me desanime
por algum tempo
retomo a vida
e não desisto de acreditar
Que existe um lago
Um lindo lago
No fim do curso
Lugar tranqüilo
De águas claras
O meu lugar...
Meu sentimento
terça-feira, dezembro 19, 2006
No Outono (Ale-19/12/2006)
Os meus olhos escancaram em mim
As dores
As tristezas
e os amores
e de mim nascem palavras
que se soltam
como folhas no outono
Enquanto luzes se acendem
e se apagam
eu renasço
e a raiz que me sustenta
se mantém profunda
e intacta
ao mesmo tempo que sou livre
me refaço
e me prendo
no que pode parecer
cansaço
me contento
no que pode refazer
pedaços
me procuro
sou caco, estilhaço
sou inteiro
fruto do que sinto
hora verde e recente
hora velho
inocente fruto maduro
no tempo que sustenta os galhos
árvore da vida
minha doce vida que tremula
com o vento
na canção que ouço a tarde
em céu pintado de vermelho
eu me olho
e no brilho do olhar
me acho
uma lágrima escorre em meu rosto
como o orvalho que escorre
numa folha sem cor
e a dor que se mistura
com a alma e com o sereno
se transforma calmamente em amor
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Retrato do Coração (Ale - 06/12/2006)
Não há vazio
como o de um jardim sem flor
Pássaros não vêm despejar sementes
Nem cantam saudades
O vento passa com pressa
Carregando as folhas que caem
Descolorindo o chão
O verde fica monótono
Sem nenhum contraste
Não há o cheiro da manhã
e nem a brisa da tarde
a lua fica triste
e a noite escura
Assim é um jardim sem flor
Paisagem de muita dor
Cenário de amargura
A vida sem um amor
Reflete o mesmo semblante
Vazio, triste e distante
momento de solidão
Assim o jardim sem flor
Sem vida, sonho e sem cor
Retrata um coração
quarta-feira, novembro 29, 2006
Crescendo (Ale - 29/11/2006)
Não sei explicar o motivo, mas sinto uma dor em meu peito. Talvez a incerteza da vida ou mesmo porque faz parte da arte, de tudo o que inspira. Uma dor que não machuca, mas que aprofunda feito saudade. Uma saudade forte de uma flor de cor suave, que nasceu no alto de uma montanha fria e branca que talvez existisse apenas para destacar a pequenina flor ali nascida. A natureza tem dessas coisas! Saudade imensa do tempo que o dia era pra mim. Nesse tempo, me lembro como o agora, só me bastava sonhar e a imaginação saltava da alma como se abrissem às portas de uma gaiola e tudo era real. Tudo aquilo que eu imaginava se fazia diante dos meus olhos, simplesmente assim, como se o nada se transformasse em qualquer coisa que por hora eu quisesse. Um tempo em que um brilho de um olhar me emocionava... Ainda emociona, mas não sei por que hoje eu me escondo por traz das regras criadas não sei pra quê, de que eu tenho que ser forte. Hei de quebrá-las, todas elas, porque mais do que nunca, hoje eu sei que na verdade a força é fruto da naturalidade de ser eu mesmo. As crianças me ensinam muito. Já fui criança um dia e muitas vezes, percebo que na verdade não deixei de ser. Toda criança está sempre querendo crescer, mas sempre se está crescendo, aprendendo a ser crianças melhores. Porque por mais idade que eu tenha, um carinho me comove. Por mais experiência de vida que eu adquira, um sorriso sincero me desarma das artimanhas dos homens e desmancha qualquer jogo de relações. Não existem fórmulas quando se ama as pessoas, simplesmente agimos sem que seja preciso recorrer as sete, nove, ou dez leis disso ou daquilo, porque o amor faz com que cada pessoa tenha a sua própria importância e o bom senso seja a base de toda atitude. Simplesmente amando, aprendemos a perceber o que é harmonia e pra cada momento o tom necessário a cada vibração, como se todos pertencêssemos a uma grande orquestra. Ser criança melhor é saber escutar, em cada momento, a música regida pelo universo e amar é o melhor caminho. Hei de aprender um dia o que as vezes penso que sei e não há melhor momento pra aprender do que quando se é criança, ou seja, a vida inteira.
terça-feira, novembro 14, 2006
Intuição (Ale - 14/11/2006)
Quando olho em minha volta
te vejo
o vento que passa por mim
tem teu cheiro
o toque da brisa em meu rosto
teu beijo
o canto suave
do pequeno passarinho
parece tua voz me falando de amor
então eu me perco no espaço
e tudo me mostra você
o atalho, a estrada
o caminho
te sigo pra sempre
meu bem, meu amor
te tenho em mim
por inteiro
...desejo
te quero comigo
pra sempre
...carinho
quarta-feira, novembro 08, 2006
Eu e Plutão (Ale - 08/11/2006)
.
Até que eu tentei sorrir,
mesmo quando tudo era escuro
aqui dentro
chorei diversas vezes a procura
de uma saudade sem face
eu não conseguia lembrar
mas sentia como se fosse sempre
tenho sensações estranhas
quase sempre me permito senti-las
de tal forma que adquiro uma intimidade
com a minha própria dor
mas essa dor me engana
muda de cor
como mudam-se as folhas
hora me abandona e não volta
hora volta e não me abandona
queria muito que não fosse assim
e que tudo fosse apenas
brincadeira de criança
hora brinca
hora se cansa
e se deita à relva entre flores coloridas
e a vida passa
e os dias dançam
e a dor não cansa
dançam os ventos
modifica a relva
tremulando sonhos
tremulam os quintais da alma
e a porta de entrada da minha casa
as folhas se balançam nas árvores
e a minha raiz se finca
em um solo extinto
tenho vontade de voar distante
e fazer companhia a plutão
tão sozinho e abandonado
e depois de rebaixado
ninguém quer mais saber
tudo foi em vão
Plutão e eu
Eu e plutão
Um belo par de astros
Cabisbaixos
Isolados
Tão distantes de todos
Como está também
Meu pequeno coração
terça-feira, novembro 07, 2006
Utopia (Ale - 07/11/2006)
Um calor e uma dor...
Desespero!
E aqui, me refaço cada parte
Pequenas fagulhas em tantos dias
Recomponho em tinta
como a arte
me afogo e me alegro
com as noites em meu peito
é o que me faz sorrir
Chorar muitas vezes
me deixa até sem jeito
Colorir...
cada cor que me retrata em si
reflete um ardor
e a poesia se remonta
como a luz que jamais se apaga
mas meu coração
este sim
um dia cala
e quando eu talvez nem perceba
o poeta morre
e aquele pequeno universo
pára
“não, eu te peço
por favor não se acabe...”
mas a minha voz desaparece
o mundo claro
anoitece
e a noite encobre tudo que por hora eu via
a voz não mais declamará
porque enfim
era tudo engano
nada disso existe
talvez somente
dentro de mim
sexta-feira, novembro 03, 2006
Midas (Ale - 03/11/2006)
Acordei em um mundo confuso
Com um ar de incerteza
Porém convicto
Neste mundo havia flores
E horrores
Universo paralelo
e monotonia
a escuridão misturava feito tinta
com a luz
lágrimas e sorrisos
tocando em sintonia
uma nova canção
O inferno pintado de azul
e o céu sob meus pés cansados
mulheres belas
entre coisas coloridas
homens tranqüilos
de olhar seguro
dava até pra sentir
um cheiro de chuva
...mas não chovia
um pôr-do-sol ao longe
enfeitava meu olhar distante
dores que não doíam
Risos que desaguavam
Feito cachoeira
Milhares e milhares
de crianças brincavam soltas
trabalhos manuais
artesanato
cantiga de roda e teatro
por onde eu passava era assim
como se cada cantinho
estivesse também em mim
tudo era arte
tudo era cor
sentei à beira de um rio
uma leve brisa soprou
“tudo que você toca, agora vira poesia”
terça-feira, outubro 31, 2006
Carinho (Ale - 31/10/2006)
Suponho que não haja mais espaço
Para o que não seja amar
Proponho que a vida agora seja bela
E que as dores sejam vistas de outra forma
Como luz em nossos passos
Passo a passo,
tudo passa e ao mesmo tempo
Tudo fica
Porque tudo é nada mais
Do que a própria vida
E a vida é um compasso
Circular
No universo
Cada círculo
O reverso
E em cada volta me refaço
E entre versos e reversos
Circulares
A canção se faz mais viva
E entre todos os momentos
Aprendemos a viver
Uma nova alma
Renovada como pétala de flor
E de tudo que aprendi
Sob meus passos
O que devo espalhar em cada canto
O carinho como a fonte do amor
segunda-feira, outubro 30, 2006
A Pedra (Ale - 30/10/2006)
Às vezes me sinto pedra
Atirado ao deserto
Em minha volta
Distâncias infinitas
E solidão
O calor infernal
me corrói os sonhos
tento buscar um brilho
de gota d’água
ou o cheiro de uma rosa
mas a tempestade
de areia seca
me cobre a face
agonizo nas noites frias
do meu próprio coração
e um medo invade
apenas lágrimas me consolam
e quando choro
revivo dentro de mim meu sonho
de que os ventos me atirem ao rio
lá, as águas deslizam sobre meu corpo
em forma de carinho
e o próprio vento me acaricia
lá também,
talvez eu tenha
eternas companhias
Só assim, serei completo
Um rio é o paraíso de toda Pedra
quarta-feira, outubro 25, 2006
Meu Ninho (Ale – 25/10/2006)
Um sorriso jogado ao acaso
da vida sentida
Acasos que nunca existiram
Um toque suave e real
Sobre a pele
Também toca a alma
Enquanto o poder se tornou
Almejado por todos os homens
Eu sinto que posso
Apenas sorrir e sonhar
Sonhar com a vida vivida na paz
Com um riso
sem ter um “por que” necessário
Apenas poder existir, me refaz
em Amor verdadeiro
Sincero carinho
Quero sim, ser feliz
E pra isso é preciso viver
Regando em meu peito o amor
Como a gota de orvalho na flor
Como canta um feliz passarinho
segunda-feira, outubro 23, 2006
Pela janela, meus sonhos (Ale – 23/10/2006)
Como se nada importasse
Apenas perceber o profundo
Que habita a alma
Muitas e muitas vezes,
As sensações intensas
me abrem um universo
A tempestade apresenta à flor
o sentido da liberdade
e meu mundo se transforma
Uma nítida impressão
De outra realidade
Minha mente se confunde
Com o que é real
E em cada sentimento viajo
até aonde chegam os sonhos
Vivencio enfim
o amor
Como se fosse apenas isso
E como se no mundo
Só houvesse a verdade
No coração de cada ser que ama
Crio uma imagem de perfeição
Aonde habita o sempre
Sempre e sempre amar
Em fagulhas de vontades
me despedaço
Meus sonhos se espalham
em estilhaços de letras ou arte
Meu sentimento se expande de mim
Como a mais intensa necessidade
De ser enfim
Apenas isso
Amor e Verdade
E tento trazer cada impressão
Do meu mundo sonhado
Pra cá
Por fora
uma decepção me invade
Aquele universo perfeito
Existe?
Ou eu mesmo criei pra mim?
terça-feira, outubro 17, 2006
Minha Realidade (Ale - 17/10/2006)
Fugi pra bem longe
Do que poderia ser normal
Talvez os quadros que pintei não sejam belos
Tampouco os poemas que fiz, reais
Aos olhos do mundo
Porém os faço com a alma
Não posso ser diferente
...é mais forte do que talvez
racional
sou eu,
apenas
Como a cigarra
Que de tanto cantar
Abandona sua “casca”
Mesmo alguém dizendo
“...pra quê? Sua casca é o que mais importa!”
Continuarei cantando o que sou
Despedaçando “cascas”
Renovando no canto à vida
Exaltando em versos e rimas
A realidade que encontro no amor
segunda-feira, outubro 16, 2006
Nem sei ao certo...(Ale – 16/10/2006)
...e então me encontro
em infindáveis sonhos
e vôos
resumo de tudo
em essência de nada
particularmente
subdividido em partículas
sobrepostas, ou não
condensado no que chamo
“SER”
sou...? sim
algo que sente
por isso, talvez o seja
sentimento é ser
de mim
cada suspiro trôpego ou ligeiro
apenas o que sinto
no momento exato em que percebo sentir,
estou sendo
sem isto, existo
apenas
simplicidade complexa
de compreender
quando penso ser
não estou sendo
porque ao meu ver
ou se pensa
ou se é
prefiro ser
o que realmente sou
quando estou apenas sendo
quinta-feira, outubro 05, 2006
A Brisa e o Menino (Ale - 05/10/2006)
Estrelas brincam
Dependuradas em raios de lua
Enquanto a brisa me diz baixinho
“você já viu?
Soprei em cada cantinho
em cada espaço vazio
em cada esquina
e em cada rua”
Assustado
Olhei pros lados
“Quem me falou assim?”
Logo indaguei
“A Brisa”
ela mesma me respondeu
“aqui estou, sou eu!”
Emocionado fechei os olhos
Parei todo meu pensamento
Pra escutá-la
Ela falou:
"não te assustes com minha voz
não vim falar dos temporais
nem sou aquele vento veloz...
vim te dizer:
Vê, cessaram os vendavais
Olhe o planeta
A natureza e as coisas belas
Veja as estrelas
Um universo...
Cada uma delas
Como também és tu
Pequeno mundo de aquarela
tanta nuance
tantos amores
tantas as rosas
tantas as flores...
Deixe-me aqui
Só um pouquinho
Soprando um pouco do meu carinho
E quando eu for
Soprar em outros mundos
Deixo contigo,
O meu perfume com cheiro de mato
O meu aroma do pé da serra
Da noite fria e enluarada,
O meu orvalho de primavera,
e o sereno da madrugada
E o teu mundo
Tão pequenino
Renovará
Teu coração
Menor ainda,
se alegrará
e dentro de ti, desde então
sempre terá
essa vontade de ser menino”
quarta-feira, setembro 27, 2006
Alvorada (Ale - 27/09/2006)
Encontro-me
Novamente entre o espaço
que reluz da alma
Claro
Mas não em luminosidade
Vago, apenas!
Solto nos ares
Infinitos e azuis
Da vida mansa
Viajando em círculo
Dentro de mim
Percorrendo uma suavidade
Remota, talvez
Porém viva
A isso chamo
Renascer
Lavado pela vida
Dura vida dos sentimentos
Modeladores dos seres
Agora leve
Como água que escorre
No rio constante
Vida, clara
Vida doce,
Viva alma
Faz-me puro,
Límpido como uma gota
Do orvalho da madrugada
Faz-me vivo
Claro como uma luz
Dos olhos da alvorada
Vida rosa
Vida dourada
segunda-feira, setembro 18, 2006
Semente (Ale - 18/09/2006)
Levo-me apenas
Como quem se deixa levar
Por uma brisa leve
E seguindo a direção do mar
Sinto-me livre
Liberdade soprada no vento
Dos meus próprios sentimentos guardados
...aqueles da alma
Uma alma entregue à vida
Viver é descobrir
Na maré das emoções,
Sejam elas caudalosas
ou mesmo tranqüilas,
a beleza contida nas águas
que hora nascem
...gota de orvalho
e hora deságuam
...densa cachoeira
Águas que lavam
limpando sonhos
e matam a sede
de toda alma sedenta
águas que molham sementes
plantadas no chão do meu peito
para que meu coração se transforme
em flor
e espalhe por todo universo
sopradas pela brisa suave
pequenas sementes de amor
sexta-feira, setembro 15, 2006
Às ordens mamãe...(Ale - 15/09/2006)
30 Anos
com uma filha de 10
e muitos planos
inverti a seqüência
do procedimento padrão
priorizei sempre meu coração
Cansei...
Vou estudar e depois disso
Ganhar dinheiro
Fazer jus ao meu nome claro e direto
Obedecer às ordens de minha mãe
Que no ano de 1976
Assim me disse:
Alessandro, (H)enrique...
Enfim, compreendi
o âmago do sofrimento
desobedecia até então
a ordem que me foi dada
naquela ocasião
o dia do meu nascimento
quinta-feira, setembro 14, 2006
Escalada (Ale - 14/09/2006)
Os muros?
Estes não existem
Mera ilusão
Saltei todos eles
Os que me foram apresentados
como empecilhos
Feridas expostas, sim
mas isso é parte do que aparenta ser,
apenas
Cada uma
Uma a uma
Nada mais do que marcas
E o que são marcas?
No fundo, são vida
Aprendizado e experiência
Contida na percepção humana
Alguns deles, dos muros,
tão altos
Distantes da minha insignificância
(Ainda há quem não acredita no amor
Pois saibam, todos
Eis que me fez maior que eu)
E mesmo mantendo minha "desimportância"
Cheguei ao topo de cada um deles
Ora...a queda
Faz-me rir
Outra ilusão marcante
A queda meus amigos
É a principal das marcas
Posto que o chão
Nada mais é
Do que um limite
E o amor, este sim
É infinito
Nada mais lindo
Nem mais tocante
Do que cair por ter amado
Os muros
As marcas
As dores e as feridas
Insignificantes
Diante do amor,
O principal motivo da vida
quarta-feira, setembro 06, 2006
Naturalmente (Ale - 06/09/2006)
Noite...
pálido céu negro
Contraste!
Sim, talvez.
Por hora um frio seco
Por outra...tarde
Um sol aquece o medo
E a luz permanece acesa
Dentro de mim
Abrem-se campos e sonhos
Matam-se flores.
Covardes!
Eis que aqui estou para defendê-las
Pois se não sou mar
Quebro nas praias
E se não as tenho
Hei de nos sonhos,
Um dia, tê-las.
Luz que me abre a vida
Em forma de girassóis
Traga-me aqui
O mais puro céu de azul cristal
Traga-me, apenas
Para dentro de ti
Como tragada a água
em terra seca
como tragada a cor
de uma borboleta azul
pelo olhar da correnteza
que de tanto correr
parece firme
e de tanto amar
joga-se ao mar
em uma forma única
de demonstrar
sua profunda natureza
quarta-feira, agosto 16, 2006
No inverno (Ale - 16/08/2006)
Como se fôssemos continuidade
Fito teus olhos
e nesse exato instante te sinto em mim
inexplicável emoção me brota
como a lágrima que rola a face do abandono
deixo-te sempre
olhar profundo
horizonte das águas entre as montanhas geladas
o frio me cala a boca
tento balbuciar palavras que te soem aos ouvidos
como canção perfeita
acariciando teu sonho mais colorido
mas é inútil
e a manada de cavalos selvagens
pisoteiam meu coração pequeno
diante do que eu mesmo nem sei dizer
corro de mim e fujo de tudo que me causa anseio
inutilmente
porque mesmo depois de correr
do próprio medo
e mesmo depois da angústia do terremoto
da emoção
tudo se cala
tudo se acalma
no fim de tudo
desse tudo imenso que há em mim
só o silêncio
absoluto, claro e eterno
olho adiante
e te vejo inteira
inabalável flor distante
recolho-me nas nuances de suas cores
posto que és primavera
no meu inverno
quinta-feira, agosto 03, 2006
Natureza humana, complexidade simples (Ale-03/08/2006)
O que é a natureza humana? No processo do desenvolvimento, desde quando somos crianças, principalmente quando somos, funcionamos como esponjas, absorvemos e absorvemos. Reflexos; manifestações; Gestos; Jeitos; Estilos; Maneiras; Atitudes; Comportamentos e até formas e maneiras de pensar. O que somos então? Somos realmente o que imaginamos ser? O que é ser? Formamos a personalidade em função do meio que estamos vivendo. Há quem diga que já trazemos coisas em nossa alma que é nossa. Teoria reencarnacionista, mas que não elimina o raciocínio, pois mesmo trazendo coisas de outras vidas, ainda assim são coisas absorvidas por nós. Retrocedendo até a nossa "criação", o que somos? Esse pensamento me faz crer que não há espaço pra ser humano algum ter alguma arrogância de que é alguma coisa muito importante, mas também não me dá o direito de julgar as pessoas arrogantes, posto que assim elas são, pelo meio e pela forma que assimilaram as informações na vida. Diante das circunstâncias, se alguém aparentemente humilde e compreensivo estivesse vivenciado meios em que sua "alma" acumulasse outras informações este continuaria sendo alguém assim? Sim, talvez devido a sua evolução. Mas a evolução também é fruto do que aprendemos, ou não? O que é evolução? As vezes vejo crianças ainda, tão cheias de superioridade e muitas vezes vejo adultos tão cheios de dúvidas tal qual uma criança. Essa é a beleza da vida, as diferenças humanas em busca da unificação. Vaidade é sutil e quase imperceptível e é preciso muita boa vontade para detectá-la, ouso dizer que é preciso muito desapego de si mesmo pra tal percepção. Humildade é a supremacia absoluta de um ser, porém da mesma forma é imperceptível, posto que no momento em que se ousa percebe-la já deixou de ser humildade. E assim, nós, os seres humanos em busca de nos compreendermos e compreendermos a vida e as manifestações de nossa natureza. Amar, talvez seja o melhor caminho, porque é amando que nos percebemos e compreendemos que apesar de não sabermos o que somos, podemos ao menos sermos espelhos que refletem a grande energia movedora do amor, o próprio universo pulsante da vida. Termino esse texto, citando uma frase que considero cabível, de Paulinho da Viola: "Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar"! Resta-me apenas compreender o movimento do mar e me entregar às suas águas.
quarta-feira, julho 26, 2006
Pra te falar...(Ale - 26/07/2006)
Se eu soubesse como te falar
Aquilo tudo que me faz sentir teu rosto
Se eu soubesse como te mostrar
Que em determinada rua ouço todos os teus passos
Caminho sempre em direção a ti
Muito embora, por muitas e muitas vezes
eu não saiba como te encontrar
então, apenas fico aqui
calado e parado
em mim mesmo
porque aqui, eu sei
você sempre está
Quando me calo,
Percorro cada canto da minha alma
Plantando sonhos
Muito embora, ainda um simples aprendiz
Meu lindo amor
Ah, se eu soubesse
Todas as formas de lhe fazer tão mais feliz
Mas o que move
Um coração que ama
É a mesma força
Que move todo o universo infinito
Por isso sonho
Por isso planto
E é por isso mesmo, que eu não paro
De acreditar
Nesse amor bonito
segunda-feira, julho 17, 2006
Apenas (Ale - 17/07/2006)
Quero antes de tudo poesia
Antes mesmo da vida mundana e suja
Das ruas da hipocrisia
Quero antes do dia a certeza
E antes mesmo da calma que existe no belo
A beleza
Quero antes de tudo
O nada
A bela simplicidade de olhar, apenas
Não quero nem céu nem mar
Muito menos as falsas antenas
Quero antes da informação das horas
O acalanto doce e suave do vento
Não quero o som das guitarras
Não quero mais ler o jornal
Nem as mentiras das previsões do tempo
Só quero o barulho das ondas
Quebrando e quebrando e quebrando
...aqui dentro
sexta-feira, julho 14, 2006
Teu coração, meu mar (Ale - 14/07/2006)
Tenho em seus olhos
Meu norte
O oriente é o brilho
Em seu céu estrelado de sonhos
Navego em suas águas claras
Inteiro e entregue
Por infinitas horas me leva
Por entre a calma de teu sereno
Mar límpido
Suave e tranqüilo
Intensos brilhos de sol
ou de luar
Noitinha de branca prata
Tardinha de fino ouro
Tuas águas são jóias flutuantes
Hora, és forte
Bravio, de caudalosas ondas
Ansiedade e temor percorrem todos os meus sentidos
Medos e pensamentos distantes,
se formam em mim
Sou teu, apenas teu
Vivo de ti
E eis que me recolho em esperanças
me entrego ao sonho
e quando desperto de meu cansaço
és calmaria e brisa leve
meu doce mar
de águas belas
sou todo teu
em minhas veias
tuas águas correm
tu és a fonte
a força e a alma
imensidão
meu lindo mar
meu horizonte azul e belo
quero ser gota de suas águas
no oceano do coração
quarta-feira, julho 12, 2006
Amar a Flor (Ale - 12/07/2006)
"Não sou como a abelha saqueadora, que vai sugar o mel de uma flor e depois de outra flor. Sou como o escaravelho negro, que se enclausura no seio de uma unica rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele e, abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu." (Roger Martin du Gard)
Uma força impulsiona as entranhas da alma.
Como um vulcão que se acorda,
E o peito jorra as emoções profundas.
O corpo, nessa hora é dor.
Ansiedade intensa, como a maré veloz das águas salgadas,
borbulhando olhares e sonhos perfeitos.
Erupção de sensações e pensamentos que forma um todo.
Sentimento!
Nessa hora a dor se expõe,
mas não a dor cruel do sofrimento,
a luz do sentir apenas.
Arranca de minhas camadas,
o gosto da terra úmida e inalcançável
por minhas próprias pernas.
Arremessa das profundezas de um coração,
aquilo que é preciso surgir; Existir; Ser.
Sou, o que de mim aflora.
A consciência da precisão!
Preciso para que eu possa ser
o início de mim mesmo, em vida.
e para que eu seja,
é preciso você.
Como a semente e a seiva
Brota a lágrima
E meu olhar ilumina cada cantinho
Compreendo aqui dentro de mim o amor
Seu sorriso tão lindo, você.
Nada mais que uma flor
Seu calor; seu carinho
segunda-feira, julho 10, 2006
Amor e Luz (Ale - 10/07/2006)
Amar é água
Formas diversas e nenhuma
Adaptação constante e natural
Transformando a alma
Transcendência universal
O Universo ama
Em suas constelações
Corações em pedra
Tomam formas de luz
Modelados pelo amor
Amo sim
Sem dúvida
Formando em mim
Você
Entre as estrelas do meu céu
Sua luz se faz
Eterna e simples
Como a gota
Oceano da energia da vida
Amo sim
Em ti
Ente de luz
quinta-feira, junho 29, 2006
Sentimento Claro (Ale – 29/06/2006)
Sou real quando de mim me ausento
Quando vôo para fora do espaço
Entre o que julgo ser e o tempo
Aquele que chora quando a poesia toca
Ou até mesmo ao tocar do vento
Aquele que ri quando o sonhar desponta
Quando se expande em luz,
Um fio de pensamento
Meu sentimento é minha própria majestade
Autoridade viva
Quando choro também canto
Canto a canto da alma
Vasculho o que há em volta
Mesmo aqui dentro
Nada!
Sensações; Emoções
Enigmas da esfinge
Não finjo
Calo para sentir
E sinto
Amor, tão raro
Meu nada essencial
de tudo que aparento
O sopro de vida enfim
O sonho dentro de mim
Real como o sentimento
Que faz tudo ser tão claro
segunda-feira, junho 26, 2006
Renovando (Ale - 26/06/2006)
A alma agora brinca
A vida? Um enorme campo
Um doce perfume se espalha
No ar revestido de flor
A criança renasce tranqüila
E o sol com nuanças de cores
Reflete o brilho dos olhos
A luz reascende o amor
O vento, agora é suave
Soprando a leve semente
Percorrendo o campo florido
O jardim se renova inteiro
O semblante tão mais verdadeiro
E o campo, tão mais colorido
A vida, o sol e a criança
O campo, o jardim e a cor
O tempo, a fé e a esperança
Unidos na força do amor
quarta-feira, junho 14, 2006
Inspirar você (Ale - 14/06/2006)
Vieste como a brisa da tarde
Beira do mar da alma
Teus olhos são lanças que laçam
Cuja ponta são flores perfeitas
Em sua beleza acesa
Meu coração entregue
Sim, completamente seu
de forma que o infinito se fez inteiro
em uma simples lágrima que brota do amor
formado em gota
penetrando a minha própria vida
suave vida pulsante
A flor que emana sentida,
por dentro do peito agora aberto
Clara e intensa
Com o cheiro da paz
Beijo que transcende a natureza visível
Dominando o espaço
O pequeno espaço que tenho
Entre o nada e você
Elevando-me em sonhos e encantos
Desejos e sentidos, em ti
o amor em nós
unificando olhares e inspiração
como a gota que se uni ao oceano
se tornando mar
segunda-feira, junho 12, 2006
Harmonia (Ale - 12/06/2006)
A Leveza se expande na essência de cada ser
Expandindo o próprio ser no universo de si mesmo
Alimentando de amor cada partícula que constitui a alma
A paz de espírito é o domínio do amor sobre toda sensação
A dúvida, a ansiedade os medos e sofrimentos eliminam-se,
diante da imensidão da força que move o todo
A harmonia das vibrações
Na musicalidade da vida
Eis o amor
Maestro Universal
da orquestra da existência
sexta-feira, junho 02, 2006
O Infindável (Ale-02/06/2006)
Antigas lutas! Guerras vencidas entre tantas batalhas perdidas
Talhar a mim mesmo. Para isso me servem as batalhas.
Foram tantas sob a cortina celeste.
Hora cinza; Hora azul, porém horas e horas e horas...
Longas e demoradas horas
Infindável, a vida se expande em abraços intensos
Idas e vindas...vindas e idas e vindas e vindas
Bem-vinda a vida
Bem-vindo o amor
Os sonhos? Estes são bálsamos
Não há guerra que os elimine,
Ou batalha que os destrua
Os sonhos são como os filhos
Sempre vivos dentro de cada coração sonhador
Há quem diga por aí que se destrói sonhos
Eu porém vos afirmo
Não há quem os elimine
Invencíveis e eternos eles são
Existem sim, sonhadores que abdicam de si mesmos
Em função das desilusões e sofrimentos
Porém há esperança,
a grande defesa da alma que sonha.
Sonho e esperança andam juntos
Eternos companheiros aliados
Incessantes, insistentes e presentes
Sempre! Sim, sempre vivos em cada um
Só é preciso a fé
Sonho, Esperança e Fé
Grandes soldados na luta e na lida
Todos aliados a nós
Instrumentos essenciais, na grande busca
A missão infinita e sagrada de amar
quarta-feira, maio 24, 2006
Felicidade (Poesia dedicada à minha filha) Ale - 24/05/2006
Deus me fez poeta
Mas não para que eu me considere
Apenas pela dor de ser assim
A dor? Sim!
O amor é meu mentor
Meu guia
Meu instrutor primeiro
Pouco importa a gramática
O dicionário ou a caligrafia
A dor e o amor
Estes sim
Verdadeiros autores
Da minha poesia
Onde há o amor,
Lá estarei
A dor? também
Parece até que é minha
Mas não, sei que não é
Que vai comigo,
Sim, isto eu bem sei
Contraditório, não?
Vou ao amor
E levo a dor
E se eu ficasse?
Ah, meus amigos,
Eis a resposta
Se eu ficasse, além da dor
O meu amor também doía
Por isso vou
E a tal da dor, me servirá de inspiração
transformarei em mais amor
Em mais poesia
Até que então, um dia
Somente amor em meu coração
Que Deus conceda
Não ter distância
Só união
Entre o amor e a alegria
segunda-feira, maio 22, 2006
Você, minha vida (Ale - 22/05/06)
.
Fecho os olhos em tua busca
Acompanho o pulsar em meu peito
E percebo o som de seus passos
Cada passo um pulsar
No pulsar um desejo
Suave e leve
Você
Um amor,
um calor e um beijo
Os meus olhos se abrem tranqüilos
Sinto cheiro de flores tão raras
E as cores, já têm novo brilho
Cada brilho, um olhar
Um olhar que me ampara
Suave e leve
Você
Uma luz
de beleza tão clara
E a lágrima, escorre brilhando
E aflora a certeza contida
Coração tão entregue, sonhando
Cada sonho um cantar
cada canto uma nota que vibra
Suave e leve
Você
Minha paz
Minha alma e minha vida
quinta-feira, maio 11, 2006
Minha essência (Ale – 11/05/2006)
Acordo no espaço,
como se deitado em uma estrela distante e fria
O frio? Não o sinto de fato,
posto que meu centro me aquece inteiro
Ao lado te busco e não vejo
Porém em mim
Nem preciso buscar-te
Estais sempre
Como o pulsar da alma
E o sangue que corre nas veias
És tu
Viva e completa
Absoluta?
Talvez! Mas com nuanças de sensações
Plena, porém diversa
Inteira, mas em fagulhas
Tom sobre tom
Música sobre cor
Como melodia misturada em tintas
Pinceladas de notas musicais te formam
Arte em seu esplendor
Vibração e Essência
Emanação de luz e energia do ar
Minha vida
És plena
e intensa,
meu amor
sexta-feira, maio 05, 2006
Caminho do Amor (Ale - 05/05/06)
Tanta força contida em um só peito aberto. Tantas vidas que por mim passaram e todas elas tão intensas. A verdade de mim mesmo, do que sempre sinto, a entrega simplesmente por acreditar que a felicidade é o amor e mais nada, porque dele tudo provém.
Cada vida um sonho de me encontrar. A missão de reerguer a mim mesmo, juntamente com toda alma que então convivi. A luta intensa e constante de fazer do simples ato de viver uma beleza infinita. Um gesto; Um olhar; Um carinho; A real importânica da existência. Eis o que busco e sempre busquei, muito embora em cada vida uma forma, uma maneira de torná-la verdadeiramente viva.
Eis que após longos e demorados anos de lutas intensas e sonhos, como um raio de sol pela fresta você me penetra a alma; Como a sombra da palmeira após longa caminhada sob o calor escaldante de um deserto; Como a música suave após a agitação acelerada de um dia corrido ou como um domingo tranqüilo e aquecido dentro de casa e a chuva lá fora com a melodia da natureza. Você chegou como quem não quer nada e apossou-se de mim por inteiro, de cada partícula que me compõe me refazendo a cada dia em vida, com a força do seu próprio amor, com a flor e a beleza do jardim que colore o ser. Você me dá paz e me eleva ao mundo de amor que quero viver e hoje vivo sem dúvidas, em você.
Encontro assim a minha própria essência, como o espelho diante de mim, refletindo a imagem em tonalidade clara e serena, com a força do carinho e do amor suave.
Entre tantas coisas tão sagradas, uma Rosa no jardim do poeta, dando cor e revivendo a verdadeira poesia do fundo da alma. A poesia do amor
terça-feira, abril 25, 2006
Um só (Ale - 25/04/2006)
Quando a natureza flora
As cores se refazem vivas como agora
Quando o meu amor te chama
A chama de nós dois flameja sobre longas horas
Teu amor é luz que acende o espaço
Das coisas que se fazem claras
Chama que nos chama
Eterno fogo vivo de um coração em vida
Uma vida acesa em tudo que me faz querer
você em mim
Ama coração que brilha
No pulsar da imensidão, tu vibras
Como fonte que jorra almas
que se fundem em si
Luz vibrante
Integração de nós
Apenas um só sentir
Quando então a natureza flora e nos chama
Teu coração é meu
Meu coração é teu
E assim, tudo vibra,
Tudo vive
tudo ama
quarta-feira, abril 12, 2006
Teu Nome (Ale - 12/04/2006)
Profundidade!
Meu ser se eleva ao espaço e te encontra
Pairando como a brisa suave
Percebo em ti, a nota esquecida
O tom real e belo da musicalidade que está em mim
Vibração celeste e perfeita como
Canção de amor
A energia circula por toda parte
E me conduz para o centro de minha alma solta
O mesmo centro de ti
Teu olhar uma Mandala de luz
Tua pele, pétala
És como a flor que encanta.
Teu corpo é leve como o vôo dos pássaros
A beleza do teu coração é um templo
E o teu nome é para mim um mantra
quarta-feira, abril 05, 2006
Luz do Dia (Ale – 05/04/2006)
Os meus olhos opacos acenderam
E a melancolia se desfez
Revivendo em mim todas as cores belas
A luz penetrou meu espaço inteiro
Renascendo na alma de uma só vez
O brilho intenso de uma luz singela
Meu cansaço agora já se foi
Minhas lutas, todas elas esqueci
Meu passado então eu já nem sei
Das sofridas dores que senti
Hoje o tempo é bom e o céu é claro
No meu peito a paz é mais intensa
Quando o vento me traz o seu amparo
E o dia tem sua presença
O amor então, esse nem falo
É melhor calar para senti-lo
Pois agora que ele é tão tranqüilo
O que devo fazer mesmo, é amá-lo
sexta-feira, março 24, 2006
A história de alguém...(Ale - 24/03/2006)
Vou lhe falar de um alguém
Um alguém diferente de tantos outros, mas ao mesmo tempo, comum
Esse alguém tem seu jeito próprio
Inesperado, ou não.
Não mede esforços para chegar aonde quer
E por muitas e muitas vezes ele chega de uma forma brusca
Repentino e ágil, ele mostra o seu tamanho perante os demais
Aparentemente manso, porém ligeiro!
Cativante, ele domina sem sequer se esforçar
Com sua mania de o conduzir por lugares desconhecidos ele encanta
E quando daí então você chega na imensidão de sua força e beleza
Ele simplesmente lhe fita os olhos e diz: Adeus! Preciso ir, mas deixarei com você, como uma forma de retribuir
A saudade e a tristeza
Daí então você chora, você implora e você se desespera...
E ele?
Nem aí...
Um belo dia, você cansada e infeliz, ele aparece
Daí lhe diz: Oi, eu acho que lhe conheço! Você o olha no fundo dos olhos e sente que já o viu, mas não se lembra. Porque dessa vez ele chegou bem diferente, de outra forma. Sem pressa ou violência!
Sereno, suavemente ele se aproxima
e cativante como sempre foi, ele domina
Senta-se ao seu lado e contempla o céu
Já não lhe leva mais em lugar algum
Ali mesmo, lhe mostra o infinito
E você diz: Com toda certeza, é sem dúvida o mais bonito!
O sol se põe e o céu escurece
Quando ele fala: Já vou embora
E nessa hora, tudo se cala,
O universo inteirinho pára
Você o olha no horizonte e mais uma vez ele desaparece.
As lágrimas tornam a cair de seus olhos, um desespero bate em seu peito
Mas dessa vez é diferente, já bem cansada e experiente
Você repete: Não tem mais jeito!
Então você segue, mesmo sem ele:
Nunca mais, já me cansei, não quero mais, não morrerei
Embora só e com um coração vazio
você decide mesmo seguir e de repente, em meio ao nada
no fim da escada ou de uma calçada
Alguém lhe aparece: Oi, boa tarde! Eu já lhe vi
E você...Não! Com voz enérgica e insensível
E ele: Sim! Com um jeito triste e imprevisível: Já estive aqui.
Seu coração amolece, sua razão prevalece e você fala:
Por favor, saia! Deixe-me em paz...deixe minha vida, pra nunca mais!
Ele lhe olha com os olhos baixos, cheios de lágrimas e diz chorando:
Não faça assim, por tantas e tantas noites, procurei você
Em tantas horas tão frias, quis encontrar
Um certo alguém igual a mim
Venha comigo, não tenha medo
E outra vez, reascende o calor
Você esquece de tudo
Das formas que ele veio
Dos vários corpos
Das muitas caras
Com tantos nomes
Tudo então se confunde e você nem lembra
Que apesar de diferente
É para sempre
O mesmo alguém
...o tal do AMOR
terça-feira, março 21, 2006
O que restou (O jardim do poeta) – Ale 21/03/2006
O cinza aproxima-se com um vento
perdido no universo
Sequidão por sobre o peito
Em um coração concreto
A razão se sobrepõe em mim
Endurece flores
Petrifica cheiros
Lembro-me das árvores
Minha face limpa rachou com elas
De meus olhos formam-se nuvens
Carregadas de raios
Tempestade queimando folhas
Temporal escorrendo em gotas
Sobre meu corpo
Lágrima a lágrima, moldando a pedra
Lavando o que sobrou da alma
Molhando o que restou das cores
Regando o amor
no coração de um poeta
quinta-feira, março 16, 2006
Espelho (Ale - 16/03/2006)
Procuro chaves
Teias me entrelaçam
Onde estou?
Respiro pó e expiro medo
Cercado de mim, apenas.
Infinitas sensações
A música ecoa
uma mesma nota trêmula e triste
Distante e longa
Vozes?
Não, lembranças delas.
Apalpo as paredes da alma
Arranho as palmas
Caminho lento
Procuro portas
Dimensões estranhas aqui dentro
Uma gota de luz escorre pela fresta
Derrama por sobre meus olhos atentos
Invade um vento suave
Porém ligeiro.
Limpando sonhos
Enfim...
Encontro você
Bem mais que isso
Encontro a mim
terça-feira, março 07, 2006
Brisa do Mar (Ale – 07/03/2006)
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Vida sobre Tela (Ale - 24/02/2006)
.
Alma rabiscada de tinta
Sonhos apagados ainda no esboço
Minhas cores estão turvas
Como nuvens carregadas
Céu estrelado de lágrimas
Embora arte, plena e suave
Jorra tempestades
Atirando raios no chão úmido
Preparei tudo
Esbocei cada detalhe
Desnecessário, eu sei
Mas assim o fiz
Juntei cada frasco
Cor a cor
Pincéis gastos pelo uso constante
Tantos quadros já pintados!
Expus meu coração vermelho
O negror de meus olhos
À sombra e à luz da minha alma
Refletida em cada vida entrelaçada
Meus quadros inacabados
Com tintas espalhadas pelo corredor
Pinceladas de muitas mãos
Entre laços e segredos coloridos
Minha arte é viva
Minha vida em tela
Pintada pelo próprio tempo
Através dos sonhos estampados
Mãos que formam o belo
No tom intenso de cada cor
As cores são vivas em meu espaço
Tonalidade clara de um amor
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Eu? (Ale -16/02/2006)
Eu?
Serei um conjunto de informações adquiridas durante todos estes anos?
Serei um pensamento de ser o que acho que sou ou serei apenas um sonho do tempo solto no espaço da vida?
Serei eu, meus amigos, uma alma que existe tal qual uma poeira soprada no vento?
Uma força no nada ou um simples reflexo de luz distorcida?
Serei, por acaso, continuidade de alguém que meu pai continua? A tal da genética?
Músculos, por cima de ossos, revestidos de pele com impulsos nervosos e corrente sanguínea?
Serei realmente real ou apenas plebeu fingindo nobreza na corte da existência celeste?
Será que serei apenas uma imagem simbólica ou uma ilusão permitida a mim mesmo de que sou alguém ou alguma coisa?
Uma coisa? Serei essa coisa que não sei o quê?
Agora, o que sou?
Uma gota de água escorrendo em um rio?
Uma onda constante no oceano do tempo?
Serei eu por acaso um mero acaso previsto, antes mesmo que o fosse?
Ou serei a certeza que eu sou o que sinto?
Uma dúvida? Serei eu neste caso, apenas uma pergunta?
Um talvez?
Um mar de emoções transbordando!
Mas mar não transborda, a não ser na ressaca. Serei a ressaca então?
Talvez realmente, eu seja o que sinto!
Mas o que na verdade eu sinto?
Sinto?
Sonho...Será?
Não sei ao certo quem sou!
Um simples querer que um dia eu seja!
Talvez no espaço uma estrela, distante da dor de não sê-la.
Um ser revestido de luz
ou mesmo quem sabe, a própria luz
Transbordando de Amor!
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Sonho Eterno (Ale - 19/01/2006)
O amor estampa o silêncio e se lança ao espaço através dos meus olhos cansados. O brilho reflete uma luz revestida de lágrimas.
Meu sonho talvez seja pobre na simplicidade do tempo, mas rico em sinceridade e força, repleto de mim, do que hoje eu sou com o que aprendi nessa vida corrida e ligeira, de dores e cores. Repleto daquilo que pude aprender convivendo comigo e com tudo. Meu sonho é só meu, porém rabiscado de tinta de todas as luzes que enxergo no céu da minha alma e fora de mim. Meu sonho é singelo, mas torna-se enérgico quando necessário. Riacho comprido; Curinga escondido de todo baralho.
Nas noites que sinto o meu corpo cansado, meu sonho parou de existir, mas não de verdade, apenas em mim! Existe no tempo e no vento que sopra pra todo lugar do planeta, mas ainda é só meu. Agora não só rabiscado, mas todo borrado de tinta das luzes e raios, dos grandes temporais que a vida produz. Meu sonho tranqüilo, repousa calado num brilho de luz.
Eu quero acordar dentro dele um dia. Quem sabe? Talvez seja agora ou talvez nunca mais...mas sei que acordo e sei mais ainda, meu sonho estará comigo, porque hoje eu sei que tudo que tenho que posso falar que é só meu é meu sonho,
Eterna essência; Eterno amigo!