segunda-feira, dezembro 26, 2005

Para sempre...(Ale - 26/12/2005)


Antes que a dor me destrua os sentidos e que ausência me faça perder a vontade de andar para frente, eu me derramo aqui, em uma folha limpa.
Antes que eu me vá pra sempre, ou mesmo que eu nem saiba quando, eu me entrego inteiro ao amor que sinto.
Antes mesmo de cair à tarde distante e o pôr-do-sol me faça adormecer em mim, eu venho aqui, pra dentro do meu peito em dores, arrancar de dentro amores tão imensos que nem eu mesmo sei o quanto tenho, o quanto cabe dentro de um ser pequeno diante da força que me faz chorar, que me faz sentir, que me faz aqui me derramar em lágrimas pela saudade.

Antes que o sol queime e que a estrada encubra com o calor;
Antes que a vida passe e meus sentidos também, eu me derramo agora, por inteiro;
Antes mesmo que a noite venha e a cidade grande com suas luzes e fumaças estonteantes me corroam a sensibilidade, eu venho aqui, e me derramo, dentro de ti, amor que tenho. Antes que a lua esfrie o que alma guarda, eu me derramo agora, sem nenhuma calma, em cima da folha limpa que escolhi e lhes falarei, meus grandes e verdadeiros amigos, meus amores...

para sempre vos amarei!

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Vôo Livre (Ale - 08/12/2005)


Quem sabe, agora eu queira voar
entre sonhos impossíveis!
Dormir sem nada pra fazer de dia
Talvez domingo
eterno sol bonito
Em excitante monotonia

O céu me chama pra senti-lo inteiro
Com seu azul correndo em minha face
O vento frio penteia o cabelo
Da minha alma arranca o disfarce

Quero poder sonhar assim pra sempre
Correr, voar, pular entre montanhas
Fugir de tudo que não é presente
Viver aqui, comigo e minhas manhas

Pássaro claro vôo em céu aberto
Manhã dourada até o sol poente
Amor tranqüilo, quero estar tão perto
Do coração que ama eternamente

Sentimento claro
Pensamento livre
Coração tão raro
que ainda não tive

Meu céu de amparo
Onde não estive
Um amor perfeito
Dentro do meu peito

Onde o vento sopra e a alma vive

terça-feira, dezembro 06, 2005

Talvez eu cante (Ale - 06/12/2005)


Talvez agora eu queira me cantar em versos,
rimados ou não
Talvez agora eu queira publicar meu livro
em prosa, poesia
talvez apenas saia em palavras soltas,
páginas poucas, em letras frias
Talvez você nem saiba que aqui dentro mora
um tempo, um universo,
Talvez em canção lenta, numa melodia
Parada, reverso
Talvez em fortes gritos de pavor da alma
Talvez nem tanto,
Talvez enfim
Mas sei que ao mesmo tempo, que talvez eu seja
Nem sei ao certo
Talvez nem queira
Talvez quisesse agora se talvez eu fosse
Mas nem sei quando
segunda-feira
talvez o tempo urge ou talvez sou eu
que não entendo
o que acontece
talvez você nem sonhe com um final feliz
talvez nem tenha
o que merece
talvez , meu Deus eu seja mesmo o que eu penso
ou mesmo sonho
em ser um dia
mas sei que na verdade meu talvez é quando
minha certeza é filosofia
talvez a minha boca seja só um fruto
do que pareço
que fui um dia
talvez essa canção que rabisquei agora
nem mesmo fale o que eu queria
mas sei que meu talvez, talvez um dia fale
da minha certeza

da minha poesia

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Tempo de Flores (Ale - 05/12/2005)


Quando olhei para dentro de mim eu vi nuvens. A chuva cairia no chão do meu peito ou em cima da mesa em folha pautada. Caminhei por longas e demoradas horas, aqui dentro. Percorri cada canto escondido por trás dos arbustos; Por dentro dos becos; embaixo do solo; em cima da telha de minha própria casa, mas não encontrei a mim mesmo. Tão bem escondido de tudo, de todos, da chuva.
Choveu de verdade, molhando minha face e eu nem pra saber onde estava, deixei que caísse, não fiz nem abrigo, só mesmo esperei que a chuva acabasse.
Meu céu estrondava em raios por todo lugar que eu andasse, pra onde eu olhava não via uma gota de azul e o cinza imperava.
Olhei novamente pro céu. Meu corpo tremia com o frio.
No peito um profundo vazio cortava e não tendo outra coisa a fazer me sentei,
não tendo também outra coisa a fazer me deitei;
Não tendo mais nada a fazer, olhei outra vez pro meu céu e chorei.
Foi quando me vi novamente...Foi quando me achei!
Naquele momento eu estava sozinho, então me entreguei!
Dos céus recebi o carinho e a chuva dourou suas gotas
Abri os meus olhos pra ver. O sol despontou lá em cima, naquele cantinho.
O ar perfumou de repente e o vento tocou em meu rosto cansado
A gotas douradas da chuva já não eram água,
Agora eram gotas de pétalas,
Caíam do céu tão completas
Nos raios do sol que brilhava
As pétalas no chão do meu peito caíam em cima da mesa,
Nas folhas pautadas viravam palavras
O meu coração se encheu de alegria
Então, meus amores, em tão belo dia,
No céu da minha alma, uma chuva de flores

Nas folhas pautadas, virava poesia!