sexta-feira, dezembro 26, 2008

Inferno Astral (Ale - 26/12/2008)



Ah, esse mundo distante!
Onde a arte é semente de tudo
Onde a flor reascende a poesia
E a vida é movida de amor

Sim, esse mundo esquecido
Que ascende o sonho da alma
E a dor revivida no tempo
Confundiu-se com o próprio temor

Mas se agora no inferno dos astros
Eu pressinto os dias de outrora
Com a luz que guiava meus passos
Vou embora!

Sim, eu volto...
Em um belo dia de agora!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Amor de um novo dia (Ale – 19/11/2008)


Meu amor, do teu sol me fortaleço
Teu olhar me traz luz todos os dias
Tua alma é a paz que nunca esqueço
Revivendo meu mundo de alegria

Em tuas mãos eu encontro meu abrigo
Em teus braços me sinto mais liberto
E na força contida em seu sorriso
Vejo oásis por todo o meu deserto

Diante do amor, agora eu canto
Em notas de paz, vida e alegria
Sentindo então o fim de um pranto

Da vida cansada que eu vivia
Na ausência sentida em desencanto
Da noite que então já se fez dia

A CANÇÃO (Ale - 18/11/2008)


Te amo porque sinto uma dor
que de amor me aperta o peito
e é esse o verdadeiro amor
que meu coração tem por direito

a felicidade talvez seja para os puros
aqueles que amam a Deus
e a dor que tortura os inseguros
faz parte de mim, dos dias meus

te amo porque sei que o amor é eterno
e que não importam os anos aqui vividos
importam sim, verões e invernos
que meu coração tem conhecido

te amo por saber
que é esse unicamente
o amor que eu quero viver
mesmo assim, incoerente

incoerente com o que se pensa do amar
se está certo ou errado, já não me importa
tudo é tão maior do que o pensar
que um simples olhar teu já me conforta

seu amor é para mim toda riqueza
seu respeito é o remédio que me cura
se me falta em minha vida a fortaleza
é em ti que estará minha procura

minha alma, ela é tão desapegada
que toda a dor que ela sente é esquecida
e somente o seu sorriso, minha amada
toca o fundo dessa alma revivida

eu revivo em seu olhos o calor
reascendo a esperança nesse mundo
e te amo por saber que esse amor
é de toda a existência o mais profundo

toda lágrima caída nessa tarde
não precisa do intelecto pra cessar
só precisa, meu amor, do seu olhar
pra tornar-se lágrima de felicidade

quinta-feira, novembro 06, 2008

Tempo dos Sentidos (Ale- 06/11/2008)


Eu era leve
Sentia o vento me soprar a face
E o aroma de todas as horas

Ouvia cada som
Emitido
Com limpeza

Eu via mais flores
Ouvia mais pássaros

E o tempo por hora parava
só para eu contemplá-lo

meus olhos eram úmidos e profundos

e a minha natureza, calma

Pra onde eu fui?
Há tempos que não me vejo
Não sabia que eu me fazia tanta falta

terça-feira, outubro 07, 2008

Estrada (A um amigo) (Ale - 07/10/2008)


Foi quando então
Ele desapareceu entre as estrelas
Ficando aqui dentro de nós
Todas as marcas de seu trabalho

E a dor é apenas uma etapa
Do grande aprendizado

O sofrimento
É o que nos dá polidez

E a alma dos que ficam continua
Porque essa era a sua luta

Manter-se aqui
Para quando estivesse lá
Permanecesse aceso

Em todas as mentes que buscam
O fim da estrada
E o começo da glória

Foi quando então
Ele desapareceu entre as estrelas

segunda-feira, outubro 06, 2008

Apenas uma parte (Ale - 06/10/2008)


Se a rosa não tivesse espinhos
Talvez não sentíssemos a dor de amá-la

De vez em quando, sob o céu claro
Percebemos um encanto amordaçado
E imóvel, dentro de nós

Não se fala
Não se chora e nem se cala

Calam-se os sonhos
Que são todos coloridos
Abstratos demais para existirem
...de fato

E a dor que dói na alma
me consome ainda mais
a tal ponto
que me apaga as cores

estas cores
que de tão vivas
não se vê entre as demais

tantas outras cores
misturadas pela sala

E a lágrima que escorre
Dos meus olhos
Se apaga pelo ar

E o próprio ar
Que me dá a vida tão sonhada
Me sufoca de amar

E o chão sob os meus pés
Tão calejados de caminhar
Se despedaça

E a esse mundo que me tem
Como apenas uma parte
Eu pergunto
E a dor, se apagará?

sábado, setembro 27, 2008

Nossa Estrela (Ale - 27/09/2008)


A montanha se torna azul quando distante
Na mata, o verde se faz mais vivo
e em meu coração, um abrigo
à luz de uma estrela brilhante

segunda-feira, agosto 18, 2008

Constante do Paradoxo (Ale – 18/08/2008)


Ora, e então
não sou mais o que pensava?
Talvez não

Mas por que isso aconteceu comigo?
Não ser aquele que eu mesmo acreditava?

Talvez de fato
Nunca tenha sido
Ou acreditado

Se eu bem soubesse
Teria feito um trato
Acreditaria até
que o príncipe fora um sapo

mas não
preferi assim
entrar dentro de mim
e ver

ou não ver
aquilo tudo que
pensei um dia
deixar de ser

serei mesmo?
Ou não sei crer
Crer ou não crer, eis a solução!

quarta-feira, julho 16, 2008

Azul das Horas (Ale - 16/07/2008)


Quando o frio queima
o coração que dorme na rua
A noite põe seus olhos
Sobre o chão úmido

E o olhar da noite é frio

Mas o dia floresce
E em cada pétala
Banhada de sol
A cor é viva

E o sol queima
o chão seca

O coração revive
A liberdade clara
Nas infinitas horas azuis

segunda-feira, junho 16, 2008

Máscaras (Ale - 16/06/2008)


A vida canta
E leva seu pranto
A todas as almas frias

E na maré da poesia
Se planta o ramo

E nasce a bela e incomparável
Flor do dia

No entanto
Me cala a voz
Quando se perde a luz
De toda e qualquer filosofia

E o sol queima
O coração de quem se dá
E quem se entrega as sensações
De amar

Mesmo que o sofrimento
E a dor regada a lamento
Nos despedace

Em dez,
Em cem
Ou até mil dissimuladas faces

Cada uma delas tem um tom de real
E cada ser que ama e dói
Se faz mais vivo

E o sol continua aqui
Dentro de mim

segunda-feira, maio 12, 2008

Alma de Fada (Ale - 12/05/2008)


Nem se quer sonhei por detrás do espelho
E mesmo assim a minha alma reluzia
A tua luz de fada

Nem ao menos cantei os mantras naturais
Que te invocam
No comecinho de uma tarde mansa

Eis que te faz presente
como um poderoso encantamento

chega como o raio do sol
e penetra no pulsar
das minhas veias frágeis

e o meu coração te sente
como o oceano sente a praia
quando toca

e como as notas
são sentidas pelas cordas
que ressoam teu amor

e o meu amor
vira canção

e como um ciclo
de um sonho infinito

tu te transformas
na incomparável beleza
da mais fina e nobre canção

do coração da natureza

sexta-feira, abril 11, 2008

No amanhecer (Ale - 11/04/2008)


No meu coração o som dança
A dança que a natureza
Aflora ao amanhecer

E no meu olhar tem você
Minha mulher, minha criança

E as pétalas que sobrevoam
Através do vento do dia
Enche-me de alegria
Bem no romper da aurora

Voam para contar
Da boa nova pro mundo
Que no lugar mais profundo
Do meu coração você mora

No meu coração tem você
Tem dança, flor e aurora

O amor de antes e agora
Ressurge no amanhecer

quinta-feira, março 20, 2008

O Imperfeito (Ale - 20/03/2008)


A brisa era leve e trazia um cheiro molhado
O tempo me olhava, calado
E o dia, parecia o mais-que-perfeito.

O som que pairava sob o céu
Causava um torpor
E a textura nas cores que eu via
Encobertas com um véu, reluzia.

O sol de intenso amarelo
Parece até que sorria
E tudo era novo de novo

No alvorecer
Tão perfeito
No brilho do dia

Em todo lugar era arte
Leitura, canção e poesia
E a vida pintava as cores
Num céu de alegria

A lágrima escorria em meu rosto
Por ver tão perfeita harmonia

E eu canto a beleza da vida refeita
Dos sonhos de antes e agora
De amor e paixão pela arte que aflora
Do peito de uma alma imperfeita

sexta-feira, março 07, 2008

Um lugar? (Ale- 07/03/2008)


O tempo passa por mim sorrindo
olha e me diz
Onde você está indo?

Aí, eu olho pro tempo
E respondo
Com um sorriso calmo e tranqüilo

- Meu nobre amigo das eras,
Se ao menos eu soubesse o que faço
Eu poderia enfim, lhe dizer o que sinto
Ou mesmo
Especificar aonde eu vou

Porém no cantar de um passarinho,
me perco e me acho
no meu próprio ninho

daí me pergunto calado
será que ao menos saí do atalho
e entrei no caminho?

Talvez eu soubesse falar
De tudo que passa
Sob o sol
Sobre o mar

Das águas
Do fogo
Da terra
Do ar

Mas confesso
Em um tom meio frustrado
Pra onde eu vou
Eu não sei

Só sei lhe dizer
a certeza que tenho:
Chegarei

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Além (Ale - 28/02/2008)


Muito mais fácil viver
Quando se sabe bem para onde ir
Basta fixar o olhar

Na direção do querer
A vida te leva enfim
Aonde você quer chegar

Mas quando nem isso se tem
Pra onde se vai
ou de onde se vem
nos resta mesmo é voar

Para dentro de si
Viajar
E no fundo da alma
Encontrar o além

Além da terra e do ar
Além do fogo e do mar
além de tudo que é
ou não é

além de mim ou de ti
do que é errado ou certo
do que é fechado ou aberto

do que é chão, ou então
do que é teto

nada que não seja além
brota de dentro da alma
mesmo a dor ou o amor
mesmo a fúria ou a calma

lado de dentro então
mora do lado de fora
minha alma é a casa do além
no meu coração ele mora

lado de fora também
mora do lado de dentro
a casa da minha alma
é o além, é o tempo

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Brinquedo (Ale – 26/02/2008)


Que bom seria,
Se tudo fosse brinquedo
E as brincadeiras a vida

Eu viveria sorrindo
Tal como criança

Que vive só de alegria
de alma tão mais colorida

Queria brincar com você
Montar, desmontar, remexer
Criar, recriar, me envolver

Numa só brincadeira de amar
Sorrir e cantar
Brincar e brincar

Até me esquecer que cresci
Voltar a sonhar

Com aquele brinquedo que eu fiz
e inventei
e as peças que eu mesmo moldei
só para te dar

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Sequidão (Ale - 13/02/2008)


Sopro feito o vento
solto no espaço

cuspo na cara de quem ri de tudo
mas na verdade, não

minha surdez é a sensação
de estar só

com meus botões
me olho e sofro

na verdade
um riso quieto
é quem me fala do amor

nem sei ao certo se aqui dentro mora alguém

O que eu sei é que talvez
eu vá embora de mim mesmo um dia

pois entre o azul do céu da tarde
e a terra seca
dormem nuances de alegria

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Novela (Ale - 08/02/2008)


Passei anos acreditando
Que a vida era uma história de amor
em que eu era o personagem principal

tanto tempo na ilusão de ter
a minha própria novela

e nesses anos, de relance
eu me via tão distante
do papel que eu almejava

me perguntando a toda hora
quem sou eu? Pra onde vou?
Ou mesmo, onde você estava

E me esforcei tudo que pude
Ensaiando a minha fala

E os holofotes apontavam pro outro lado
Vez por outra me focavam

e em pouco tempo estava eu
novamente no escuro, solitário

relutava em acreditar nas circunstâncias
que diziam para mim

- “você não passa de um mero figurante
no romance já escrito
dessa história repetida

dos amores que nunca terão fim!”

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Flor-de-Lis (Ale - 06/02/2008)


- “Teu olhar meio que vazio é engraçado!”
Me disse a menina da praia
E o dela? Com um tom esverdeado
Um olhar de primavera

com um verde diferente
Misturado à cor do sol
E reflexo de mar

Belo dia,
bela luz que te envolvia
Energia de olhar

A noitinha, sob a luz do infinito
Refletia tão bonito
Um céu todo estrelado

Seu sorriso
Se espalhava como o vento
Inundava o sentimento
De quem estava ao seu lado

Amizade, uma luz tão envolvente
Trasbordava de você
Alegria de poder lhe ter por perto
E a beleza de te ver

E o olhar, que eu tenho no vazio
Certa hora preenchia
E eu fitava seu olhar tão mais bonito
Que a luz daquele dia

Amizade é coisa mesmo tão singela
Que transforma uma vida
Hora cinza, tão escura e apagada
Hora luz tão colorida

O teu nome te traduz
É bem verdade,
Por seres Flor

E a melhor das traduções pra amizade
Com certeza é amor

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Será que eu estou certo? (Ale- 30/01/2008)


Em verdade, desconfio de todo aquele que abandona a si mesmo e põe os olhos por sobre a face da terra que o circunda, passando então a vivenciar em suas sensações as glórias ou os dissabores alheios e a partir de então suas vidas tendem ao óbvio constante e as certezas repletas de “absolutismos pessoais” assimilando dentro de si algo próximo de uma convicção sobre qualquer tipo de comportamento, desde que seja dos outros e com essa atitude “pseudo-nobre” passa em branco perante si mesmo a sua própria existência. Talvez se considerem os reis de suas próprias vidas e em função disso devem então administrar os demais, carentes de reinados próprios. Líderes, governantes, senhores, mestres, doutores, ou meros pais de família que se envolvem dentro de um casulo inquebrantável de verdades. Desconfio da hipocrisia contida na alma de quem é repleto de desejos e têm a força emocional adquirida, imperando um eterno autocontrole sobre seus atos e se sobrepõem aos demais por isso, considerando-se melhores ou mais polidos. Tantos, muitas vezes ainda emocionalmente fracos têm uma essência espiritual de leveza, a tão buscada paz de espírito e que por pouquíssimas vezes tiveram que estabelecer o uso da força mental para não agir de determinada forma. Desconfio de mim mesmo que tenho tempo para observar o que tenho dito até então e com isso esqueço que preciso muito mais observar a mim, o que sinto, porque sinto, minhas vontades e meus desejos e transformar dentro de mim todo e qualquer vício mental, fruto daquilo que assimilei no decorrer dos anos. Olhar para mim de fora, de cima, de baixo e minuciosamente aprender a me compreender. Compreender que sentir-se melhor que alguém é tirar de si a condição de colocar-se no lugar deste.

A espiritualidade a meu ver é algo bem mais além do que não fazer as coisas incorretas ou mesmo fazer as coisas corretas. É o conhecimento de si a tal ponto, que o outro ou o todo, faz parte de mim, não apenas em teoria, mas sim na prática e no comportamento, mesmo nos momentos em que estou sozinho comigo mesmo. Hei de me compreender um dia!

Meu mar (Ale - 30/01/2008)


Passam os anos
Como sombra de nuvens
Por sobre o mar

Meu coração é mar

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Voar (Ale - 21/01/2008)


Assim como a parede me reflete a dor
A luz das estrelas me banha
E a noite se estende em meu peito

Anoitecer calado
Por sob os sorrisos calmos e sem graça
Não faz de mim um fraco

Minha fraqueza é um casulo
E em mim mesmo
Eu me recolho
E a cada dia me refaço

E as novas asas
Do meu céu de sentimento

Faz do momento
Meu momento de voar

E feito ave
Eu esqueço do cansaço
E vôo livre
Novamente par o mar

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Amar-te (Ale 17/01/2008)


E ainda assim
Insisto em permanecer
Naquilo tudo em que acredito

Não desisto de querer
O mais profundo sentir

Amar e amar e amar
Tantas e tantas vezes
Quantas se fizerem necessárias

Como dizem os artistas
Perdidos em seus próprios universos
Muitas vezes
inversos

Na arte de sentir dor
E na dor de se fazer arte

Amar faz parte
E arte, nada mais é
Do que a parte
Mais-que-completa do amor

Amar-te
Amar-te
E Amar-te

Assim sou eu
No calabouço dos meus segredos
Inteiramente arte