quarta-feira, dezembro 26, 2007

Sob o Sol (Ale - 26/12/2007)


E ainda assim, eu canto
Para que se espalhe a música
E nas entranhas do tempo
Renasça o amor

Grão a grão
Cor a cor

E adentre os corações cansados
Porque sofrer faz parte
Mas que não seja eterno

E que a eternidade esteja presente
No coração de quem ama
Para quê os que ainda não amam,
Possam também amar

E a natureza das coisas seja perfeita
A poesia constante
Pois é de eternidade e de “para sempre(s)”
Que se sustentam os laços

E os laços
Sempre serão eternos
Na luz que nasce em uma canção

E assim, cantando
Elevem-se os seres
Que vibram de tanto amar

Sob o Sol

terça-feira, novembro 20, 2007

Portal da Vida (Ale - 19/11/2007)


- E o portal das cores se abre diante da vida!

Como a água que rompe as barreiras e segue seu rumo
Tonalidades se fazem presente nas formas de um novo mundo

O sol brilhante e o luar
Pintam meu céu,
Meu chão
Meu mar

E o meu amor nasce entre as flores do caminho
Reascendendo o dom de amar

- E é justamente esse dom, que torna a estrada tão mais colorida!

Vida Concreta (Ale - 18/02/2005)


As luzes me afagam
Os edifícios me protegem.
A velocidade da cidade me inspira
E a tudo isso eu amo.
Sou concreto, mas sou vida
Sou feliz e sou urbano!

quinta-feira, novembro 08, 2007

Amar você (Ale - 08/11/2007)


Por hora, te sinto tão perto
Que me confundem os sentidos
Porém, há momentos
em que à distância me corrói a alma

O dia é vazio
Se tu não vem olhar comigo as estrelas

O dia é frio
Quando não ouço tua voz
Aquela que aquece a vida

Tal qual o sol, aquece a flor
no alto de uma montanha
fria, distante e esquecida

Teu olhar tão doce
me arrancam lágrimas
como se algum dia
tivesses me deixado esperando

e que agora, em teus olhos
me reencontro
com a paz
que um dia tive

o teu sorriso é como a chuva
que limpa os campos
suavizando cada ser vivente
com suas águas

sim, o teu sorriso
é bálsamo que lava a alma
e traz consigo a presença fina
de ser feliz

tantas dores já narradas em versos
tantas saudades e amores
que o cansaço me tomou nos braços

...me entreguei
em desistência plena

Mas como é sábio o universo!
Renasço em força e sonhos
Mesmo que fossem apenas sonhos

Porque sonho é matéria-prima
que enobrece a alma de quem faz poesia

E a poesia
é a própria energia vibrante
que reconstrói minha alma
na beleza infinita de amar você

terça-feira, outubro 02, 2007

Mundano (Ale - 02/10/2007)


Como se cantar nas veredas
Pudesse classificar as horas
Horas e horas
Tão mais que sonoras

Ressoam no espaço da alma nua
Minha e tua
Pouco me importa as notas

Ah, sim, claro que sim
As notas não voltam

Ou mesmo, quem sabe
Nada disso é real

...é claro que não

Um breve vazio, completo
Como a panela raspada do brigadeiro

E como a única rosa de um canteiro
Estás lá
Intocável como nunca

Rosa das almas entrelaçadas
nos corações dos anjos caídos

As notas?
Quero poucas
Notas largas, claras e roucas

Apenas quero
Por querer tão pouco
Em meus intermináveis sonhos

Soltos em demasia
Por entre os campos
dos sentimentos de amor

Esse aqui mesmo
do mundo

terça-feira, setembro 11, 2007

A Chuva (Ale - 11/09/2007)


E se ao invés de chorar
Em um canto escondido e escuro
Eu me despedaçasse em fagulhas
No universo das lágrimas?

E se o vento batesse
E me espalhasse em cada canto do mundo
Como a semente que voa, para renascer?

E se quando eu tocasse em alguém,
Esse alguém transformasse
Em gotas de orvalho de amor?

E se quando enfim eu parasse
Pousasse nos campos, nas relvas
O mundo inteirinho ecoasse meu canto sentido?

Na dor da saudade
Das eras e tempos
De um mundo tão mais colorido?

E se enfim renascesse,
Milhares de mim pelos campos
Cantando, ecoando, e tocando

E o mundo inteirinho
se transformando
no orvalho

e então todo o céu se enfeitasse,
de gotas de chuva e de cor
minhas lágrimas viravam poesia
e cada gotinha da chuva
banhava o mundo de amor

REFLORESTAR (Ale - 11/09/2007)


...e que eu possa subir na montanha
para que meu ser se encontre
e diante da pureza e perfeição
eu me alimente

...e que eu possa pular nas águas
dos rios, para que o frio me reanime
e a correnteza limpe minha alma.

...e que eu possa sentir o perfume
das matas e flores
para que meu ar reviva

...e para que os pássaros
cantem seus cantos
e que esses cantos me entrelacem

...e que eu possa um dia
cantar
para que a natureza me envolva

e o amor refloresça
e se torne infinito
como as borboletas dos campos

que se misturam as folhas
e as cores ressurgem
em forma de manto

...e que o manto que cobre a vida
esteja por sobre meus passos

...e a sinfonia celeste
num manto de paz
me acalme

...e o sol, esta luz que me aquece
esteja presente
em meus movimentos

...e que o universo
que vibra completo
de átomo a astro

me faça vibrar
em sintonia perfeita
com o que é natural

quinta-feira, agosto 23, 2007

Pequenas coisas (Ale - 23/08/2007)


Descrevo-me em sonhos cantados a tarde na praia
Canção brasileira;
Pipoca e cinema à noitinha
Teus olhos brilhantes, eternos, penetram na alma
- Sabe pra onde vamos?
- Que tal à livraria? Eu compro seus livros, você compra os meus
- Nos presenteamos...Eu e você...Você e eu.
- Quem sabe uns Cd´s de música clássica ou MPB?
- Um Rock suave; um Pop agitado ou aquela canção que fiz pra você.

Sonhei com você essa noite!

- Irei a sua casa amanhã
- Levarei um filme de amor e de arte e um épico clássico.
Conversa entre os filmes
Debate no resto da tarde e até discussão.
- Aquele é melhor, perceba a fotografia.
- Prefiro o de amor... Você, não!

- Vamos sair hoje à noite?
- Não sei, me diga um lugar...
- Um café perto da praia ou um bar?
- Gostei da idéia, um bar é melhor.
Na música calma eu te olho por horas inteiras
Mas não digo nada...Nenhuma palavra falada
E a lágrima escorre no canto do olho
Eu amo você!
Palavras tão fortes que eu disse, apenas te olhando.
Sem se quer lhe dizer.

Você me compreende, sempre
e eu, compreendo você!

terça-feira, agosto 21, 2007

Além de... (Ale - 21/08/2007)


...e enquanto olho, não percebo nada além do que a vida reascendida em força e luz no meu coração cansado de tantos passos mal dados!...e enquanto espero, somente praia e vento.
A dor de não te ter, quem quer que sejas, não me apaga a chama de te olhar pra sempre como se fosse aqui dentro de mim, a flor que falta. Uma única e tão sonhada flor, no campo imenso de minha alma que anseia arte e almeja vida. Que chora pela canção mais doce e suave que vem de ti.
Teus olhos desconhecidos; Teus beijos umedecidos com o sabor inexistente nesse meu mundo. Pequeno mundo em que habito. Daqui pra ali, chego ligeiro e canso fácil.
Já não sei de fato o que seguir.
...e enquanto calo, minha voz maltrata. Enquanto sonho, me atiro às ondas.

quinta-feira, julho 26, 2007

Compreender Pessoa (Ale- 25/07/2007)


Fernando Pessoa me entende.
Quero um dia eu entendê-lo
para que enfim eu possa compreendê-lo,
assim como ele me compreende.

terça-feira, julho 10, 2007

O Nosso Mar (Ale - 10/07/2007)


O que aqui ficou
Permaneceu intacto

como o azul do céu
hora nuvem cinza
hora anil

vento que sopra forte
limpando a face das ondas
com o gosto da praia

areia clara
por onde andei
te procurando

o vento te trouxe aqui
agora inteira
por sobre o mar.

Lembra do mar?
O nosso mar,
minha sereia

Temporal e calmaria
beira do cais

Ah, meu amor
meu doce amor
água de sal

O nosso mar de águas claras
Beleza rara
Transforma em céu

Céu feito mar

Nas ondas feitas do véu
Formada em seus cabelos
Nas tintas tão coloridas
Que te pintei

Por sobre o mar
Que eu te dei
me lanço inteiro

onde agora,
eu que lhe peço
- ensina-me a nadar

quarta-feira, junho 13, 2007

O Penhasco de Dentro (Ale- 13/06/2007)


Fascinação do poeta
Em letras sujas ou reluzentes
Espalha-se em papéis amarelados

Fantasias grotescas
em mundos obscuros
refletindo a alma
dos que compõem

imensidão é porta
por onde entra o ar
em que respira a fragrância
do que um dia sonhou

Ah! Pobre poeta de dor

Dói. Desacostuma-se à alegria
Momentos de transe
No êxtase em mim

Sopram os ventos
Incompreensíveis ventos da alma
Caem as almas dos penhascos
De suas próprias entranhas

Ah! Pobre alma insana

Já não mais chora por sentir
E sim por ser
Apenas o que acontece

Aqui ou ali
Nem sei mais o quê

Já nem se quer me apetece saber

Entrego-me em cores
as quais colori
dentro do que talvez
eu fosse

já não sou mais
o que um dia senti

e já nem sinto
o sorriso na face
Oh, mundo sofrido!...Perdi

Jogaste-me ao canto da rua
Sem gente
Oh rua demente

O frio estilhaça os ossos da face
Infinito horizonte da arte

Aquele que me faz ser assim
Apenas assim
Produto da vida sem fim

quarta-feira, maio 30, 2007

Amar (Ale - 30/05/2007)


Faz tempo que não te vejo
E teu olhar, novamente me toma a alma
Como se fosse sempre assim

Tu és presente aqui,
Como o sentir das minhas mãos
Ao toque das tuas

A leveza me domina o coração

E meu mar, mesmo que ainda
Sob as previsões dos temporais
Está calmo
Tão calmo que me assusta

Como se a certeza de ti
Estivesse cada vez mais evidente
E todas as aparelhagens que prevêem
não condizem com o real

O real nem sempre é visível
Muitas vezes somente sentido
E o sentimento é bússola
Que nos conduz à calmaria

Maremotos, tempestades
Enfrentamos.
Eu, meu mar e você

Não, não era apenas porque tinha que ser
E sim, pra que pudéssemos
Compreender todos os movimentos

Das marés, das águas
Das correntes, das ondas
Das gaivotas e dos ventos

Compreendemos
E agora, estamos aqui
Diante de tudo que passamos

Sim, meu amor...vivemos
Navegamos!

Aprendemos enfim
Muita coisa essencial
Aos navegantes
Agora, aportemos.

O meu barco agora é teu
E teu barco, meu
Seguiremos

Sim! Meu belo mar te pertence
E só tu és capaz de deixa-lo assim
Suave e tranqüilo

Sei que as águas caudalosas
Já passaram.

Nos resta o mar

De mim
De ti
De nós
Ah! Mar...

segunda-feira, maio 28, 2007

Florescer (Ale - 28/05/2007)


Eu queria hoje, apenas um olhar
Que me arrancasse a dor ou a alma
Posto que, andam juntas

O som de um sorriso claro e aberto
Sem rancores ou disfarces

Hoje eu queria soltar
todo o amor que me arde o peito
tal qual um pássaro
que voa livre

queria poder sonhar sem me lamentar
de tudo aquilo que perdi
ou que nem mais sei por onde anda

hoje eu não queria mais chorar de doer
nem lembrar que sofri

hoje, meu Deus
queria apenas sentir o perfume
das flores que só existiam
quando eu era criança

Ah! Doce criança
Que não sabe o que é a dor
Porque o amor lhe é eterno

Apenas uma criança eu queria ser
Por hoje
Por hora
Pra sempre

Pra que não conseguisse enxergar
As malícias nem as trapaças
Desse mundo tão cru e distante

Mundo que chora
Pela falta do amor
Em suas entranhas

O preto estampando um contraste
Com o cinza
Vida, por hora descolorida

aonde o amor nasce e cresce
mas que não flora
por ausência de espaço
ocupado pelos prazeres
e ilusões envolventes

hei de um dia entender
a chave do novo mundo
aquele que amanhece

aonde as flores são amadas
e aonde o amor floresce

sábado, maio 19, 2007

REINADO (Ale - 19/05/2007)


Eu fico aqui parado
Olhando o tempo em sua infinidade de fases
Hora quieto, hora agitado, hora nem sei...

O tempo, essa luz presente
me leva em lugares distantes
Nas Profundezas da minha própria alma

Lá, aonde os amores eram eternos
E os sentimentos eram intensos

As amizades eram jóias preciosas
Doávamos a nós mesmos por quem amávamos
A entrega era completa

Amávamos de peito aberto
Amigos e amores,
fiéis e inseparáveis

A honra prevalecia diante de tudo
Como uma lei universal
Palavras tinham força
E os olhares falavam mais que a própria boca

Tempo distante que se desmonta
Pouco a pouco

Uma tristeza me consome
Quando percebo ao meu redor
que já não é nem a metade do que fora um dia

e o mundo que tenho em mim
se desmorona feito duna de areia
levada ao vento

o vento dos egoísmos
e vaidades

o vento que sopra longe
aquilo que é real e profundo
e enfeita as superfícies das almas corrompidas.

O mundo dos produtos postos à venda

vende-se gente,
compram-se amores e amizades
A busca acelerada por aparências

Aonde o ser se apaga
Dando lugar ao ter

E as pessoas desenfreadas
Buscam aquilo que nem mesmo elas
Sabem o quê...

Quase tudo agora é descartável
- Serve-me um tempo
e jogo fora, porque agora
quero algo mais notável!

Os velhos perdem o valor
Todos ultrapassados
Porque o passado
Aonde o amor era toda a soberania de um reinado,
se acabou

Ainda sinto amor pelo rei
Meu grande rei
Aquele a quem eu dava a vida se precisasse

Sinto saudade dos velhos tempos
Grandes reinados

O meu cavalo,
companheiro das lutas,
me acompanhava até o fim

Hoje são carros,
Feitos de lata
Que nem se quer me olham

Tempo das coisas frias sem sentimento

Quando o amor se apresentava no coração
Buscávamos a sintonia
Dos mais nobres tratamentos

O carinho e a dedicação eram completos
E a vida se transformava
Em um caminho reto
Em busca da perfeição

Nova aurora se apresentava
O coração preenchia de amor

Pela mulher amada,
Pelos amigos
Por nosso rei
Pela nação!

Onde estão todos, nobres senhores?

Quero poder ter a nobreza de volta ao mundo
E a beleza que é a vida
Possa brilhar em realeza

Quero o amor entre os amigos
O compromisso da amizade
Se transformando em fortaleza

Amor ao rei
Fidelidade brotando do coração

Tempo de glória
Mundo ideal

Talvez um dia eu possa
Em humildade e merecimento
te renovar dentro de mim

Luta constante,
transformação

Um grande amor!
A realeza de um coração
Pela nobreza de um lar

terça-feira, maio 15, 2007

O Andarilho (Ale - 15/05/2007)


Ainda lembro com detalhes daquele teu olhar. Ainda sinto aqui dentro, toda a força contida em seu sorriso ao acaso. Não...Não sei porque não estás aqui agora. Teu cheiro era essência que me conduzia ao teu sentimento. Sublime sentimento de uma mulher que ama, que ri e que chora de amor apenas para si mesma. Mulher que quando sofre, se cala e quando ama se entrega ao seu próprio coração em chamas. A vida te fez forte e te mantém intacta de tudo que te rodeia, mesmo dos pensamentos mais audaciosos e astutos como as raposas. O teu controle é indiscutível e real...quase uma rocha, presa em uma montanha aonde corre um rio de sentimentos. Apoiada apenas por uma leve flor silvestre. Quando te olho, às vezes me pego confuso! Quem és tu? A rocha ou a pequena flor? Não sei, pois até hoje eu nada sei a teu respeito e até então não sei dizer o fim. Infinito amor que me persegue. Hora te deixo, hora te busco, hora te esqueço e hora nunca haverei de deixar-te, meu doce amor. Um paradoxo vivo em meu coração. Aquilo que é, mas nunca foi, mas que o universo te traz aqui, pra sempre. Muitas vezes, te jogo nas profundezas do calabouço da minha mente e nessa hora, nem sei teu nome e finjo que não existes mais. Vasculho todo compartimento da minha alma, mesmo aqueles mais longínquos e não te vejo. Respiro fundo e sigo em frente, um certo alívio, uma angústia. Faço a limpeza necessária, conforme cita o protocolo das convivências...”O que passou, passou” ando pra frente, mas é inútil. Sempre. Corro, fujo, luto e até penso que agora sim, tu não existes mais aqui dentro. Triste ilusão impregnada no meu espírito de viajante. Vê, bem ali, na frente, não é você? Então, meu Deus eu te pergunto enfim, por quê? O amor é mesmo um sentimento desconhecido pelos humanos e a força contida no que de fato importa, é minha bússola. Já que estás sempre aqui, me deixo ser assim. Um eterno e inquieto andarilho do teu coração perfeito.

quinta-feira, maio 10, 2007

Pra não morrer de amar (Ale - 10/05/2007)


E assim, aos pouquinhos o mundo me vence
E eu aprendo que lutar não adianta
A não ser pela nobreza de um lutador
Porque os fatos permanecem

Ninguém muda
A vida anda
Atropelando um coração cansado
De amar

Aos pouquinhos vou morrendo
E aprendendo que amar
Nem sempre é bom
Talvez o certo

E os anos vão passando
Como passa a nuvem
Hora clara ou carregada

Meu coração
Céu da minha alma em tempestade

Quantas vezes eu pedi que fosse agora
O pra sempre que sonhei desde criança
Quantas noites eu pedi pra ir embora
Dessa terra que me arranca a esperança

Estou aqui, ainda inteiro
Em fagulhas ou pedaços
Rejuntando o que me resta de mim mesmo

Novamente e aos poucos me refaço

O meu mundo tão distante, ainda vejo
Dos amores de infinita intensidade
E dos épicos corações apaixonados
Mergulhando nos meus sonhos e desejos

Oh, Deus de amor ilimitado!
Olhe agora por um filho que te implora,
me renova a esperança aqui no peito
pra que eu possa conhecer o que é vitória

quarta-feira, maio 02, 2007

Aqui nos Sonhos (Ale - 02/05/2007)


Minha alma chora a ausência
Um vácuo em mim
Arranca a noção de meus passos

Aonde ir?

O chão se extingue feito uma nuvem
Que apenas passou
Sob meus pés andantes

Não há caminho
Nem estrada que me leve aonde quer que seja
Apenas vivo
Solto no espaço da minha própria existência

Solitário como a estrela mais distante
Derrubei as paredes em que me apoiava
E me tiraram à base

A minha volta
Astros em sua órbita
Emanam forças celestes
Para preservar meu eixo

Belos astros que contemplo
Admirados em suas luzes
Um alento

Temo ser em vão
Tanta energia
Pois me sinto fraco

Temo despencar
Num precipício Infinito
Dentro de mim

Permaneço enquanto posso
Movimento orbital
Aqui nos sonhos

Não descanso
Porque não posso parar
Fortaleço e me refaço

Cada instante do universo
É o começo
E meu tempo
É a beleza de amar

sexta-feira, abril 20, 2007

Vibração (Ale – 20/04/2007)


Eu sou de mim
Cada pedaço de desejo
De ser nada

Em sintonia absoluta
Com o espaço

No universo
O meu tempo,
Meu pedaço

Canta à noite
E à lua cheia
Mãe brilhante

Minhas dores e temores
Mero andante

Andarilho das estrelas
Entrelaço

Laço a alma
Amo a vida
que me faço

e refaço
em saudades e amores

construção de sonhos
lapidando as dores

transformando em estilhaços
e nuances do saber

inteligência infinita
da essência do querer

Em Ser,
me transformo
E ascendo o fogo da Evolução

É a chama do amor
Luz Perfeita
Refletida do vibrar do coração

terça-feira, abril 17, 2007

Minha Dor, apenas (A um amigo distante)


Se fosse apenas uma dor
Talvez eu nem me importasse
Mas não
Não é apenas isso

É um amor que não retorna
Apenas vai, e vai...
Sem volta

Nem cedo
Nem tarde

Amizade?
Talvez
Daqui pra onde chega o meu coração
Disso eu sei

Mas não de lá pra cá
Pra lá, apenas
E vai, e vai...
Sem nunca voltar

Que dura realidade
Um amor só meu
Sem maldade

Apenas amar
E amar

Quando olho lá,
Felicidade

Quem me olha?
Talvez o céu ou as águas do mar

Amar tem dessas coisas doídas
Sofridas
Que vão e não vem

Ou talvez seja eu
Que não mereça amizade

quarta-feira, abril 04, 2007

O Melhor (Ale - 04/04/2007)

Eu posso subir no topo de qualquer montanha e escolher permanecer ou mesmo descer todo o percurso que subi. Tenho outra escolha: Pular, posto que a queda é mais veloz e o tombo marca mais que uma descida. Subir, descer, pular, tanto faz, isso não é o mais importante e sim tudo o que eu vivencio e aprendo com qualquer uma das escolhas que faço. O que forma o ser humano é a experiência, ou seja, o aprendizado das coisas vividas. Isso o prepara para as escolhas, porém estas sempre se renovam, de forma que apesar de termos vivenciado muitas delas, as próximas nos dão a impressão que nunca havíamos nos deparado e assim é a vida, novas escolhas, novas experiências e um eterno aprendizado. Não me faz maior ou menor e nem mesmo igual a alguém escolher ficar, descer ou pular. O que talvez me faz o melhor que eu posso ser, diante de mim mesmo e de minhas próprias comparações com o meu próprio histórico, e não com o histórico dos outros, é o meu querer aprender e conseqüentemente o aprender a respeito do que vivencio a cada momento e com base neste aprendizado, aprender a escolher. Não porque me torno “O Bom” ou “O Melhor em relação a um outro”, mas porque me torno um melhor ser humano, diante de meu compromisso comigo e com a força movedora que é o universo, facilitando o fluir dos acontecimentos para que aconteça uma melhoria em minha existência e conseqüentemente, não como apenas uma finalidade, um melhor convívio natural com o que chamamos “Todo”, incluindo outros seres humanos.

O que de fato tem sido muito importante pra mim, diante da vida, é o fato de eu sempre ter comigo o querer ser o meu melhor, como disse, sem usar como base um outro, mas eu mesmo, o melhor do que fui até então e não o melhor do que alguém está sendo. Avaliar, no sentido de observar os demais e utilizarmos os exemplos de vida de cada um como uma bússola, e assim direcionarmos nossas escolhas, não significa querer ser melhor do que os outros. Significa melhorar a mim mesmo.

Na vida, só tenho o direito de ser melhor do que eu mesmo!

sábado, março 31, 2007

A Dança das Rosas (Ale - 31/03/2007)


Tocar você
É como desprender de mim

Voar no céu da alma
Novo Universo
Mergulho livre e calmo
no mar sem fim

Tocar seu rosto
É acariciar a pétala
Da mais fina flor
Que tem nos campos

Você é borboleta solta
Que pousa em mim

Seu cheiro me absorve
Em um único e essencial perfume
Teu amor

Tua boca
Quando fala
É oração

Teu sorriso
É espetáculo de dança

A dança das rosas
Que me toma o corpo
Os sonhos
E me transforma em vida

A tua natureza é linda
Teu coração diamante

Pedra mais que preciosa
Luz do sol no brilhante

O teu carinho é força
Circula o tempo

Sou por completo teu
Quero a eternidade
Do teu momento

O teu olhar
É luz que me serena
Meu grande amor

És minha flor
Minha pequena

quinta-feira, março 29, 2007

Em Resposta (Ale - 29/03/2007)


Anos se passam
E a verdade me bate a porta
Talvez cedo

Absorvo de tal forma
Que os sonhos desaparecem
E a criança cresce

Como se a ordem natural
Da vida
Tivesse pressa

E a pressa me apressa
E eu me entrego
E me esqueço!

Esqueço que não vale correr
Pra se chegar
Mas eu corri
Quando devia apenas, caminhar

Andar, era um atraso
Na minha mente veloz

A minha vida era apressada
De forma crua

E hoje, eu pago o preço
Da minha história
Esta que eu mesmo construí

Tudo o que eu quis,
De coração
Foi dar o passo certo

Errar, faz parte
Quem não errou?

Meus erros
não tiveram base em maldades
nem nas irresponsabilidades

Foram apenas
alguns fracassos
em minhas escolhas

Alguém, por um acaso
Já terá na vida fracassado?

Não necessito de julgamentos
De quem na vida
Também errou

Pois só errei,
Por não saber
A velocidade certa
De cada passo

Não ouso pretender
Ser o melhor que alguém
Mas o que posso

Quero poder a cada dia
me melhorar
Com base em mim

Porque acertar
É o meu desejo
Recomeçar é o meu fim

quinta-feira, março 15, 2007

Prisma (Ale - 15/03/2007)


Vim aqui pra dizer
Aquilo que nem sei por quê
Só diria ao vento

Entre lágrimas de dor
De amor
Vou falar, sofrimento

Sofrer faz parte de mim
Como se eu precisasse
Em função de existir

Porque o sentido maior
Disso tudo
É amar

E não há como amar
Sem doer
Sem chorar
Sem sorrir

O sorriso é o momento perfeito
De um amor de verdade

A paixão?
Hora grita palavras perdidas
Formando paisagens
de luz colorida

entre o olhar e o sol
entre o azul e a lágrima

chorar aproxima das cores

Sorrir, lava a alma
que um dia chorou

como água
que nasce no peito
deságua nos olhos
de quem tem amor

a dor e o sorriso
se fundem
formando um artista
ou um sonhador

segunda-feira, março 12, 2007

Quando (Ale – 12/03/2007)



Distâncias
Pra onde olho as vejo
Mesmo dentro de mim
Distante do mesmo


Aproximo do que sinto
E agora, o que sinto é o medo
Medo de não chegar
Dores em lampejos

Um coração cansado
Uma alma intensa
Desejo

Sofro por amar
Ou mesmo por não saber
O quê

O quê me faz sonhar
Ganhar e perder
Sofrer, te achar

Incógnitas, dúvidas
Anseios e tristezas

Momentos de sorrisos
Enfim, em mim
Assim ou não
Nem sei ao certo

Coração demasiado e aberto
Estou longe
Ou perto?

terça-feira, março 06, 2007

Um novo olhar (Ale - 01/03/2007)



Quando paro pra pensar no mundo de hoje, lembro-me das crianças. Cada criança tem um jeito especial de ver o mundo, a vida e principalmente às pessoas. Sinto que podemos aprender muito com elas. Observemos que, geralmente as crianças utilizam um único parâmetro de “medir” as pessoas. Ou se é feio ou se é bonito e podemos perceber que pouco importa o padrão de beleza sutilmente elaborado pela mídia ou mesmo até pela cultura de um determinado local. Uma pessoa feia é uma pessoa que incomoda e uma pessoa bonita é uma pessoa que participa de forma integral do momento então vivido pela criança. Participa com o sentimento, com o olhar, com o gesto, com a palavra, com todo o cuidado necessário de um relacionamento considerado “maduro”. Sabe o que é mais interessante, é que neste aspecto, outra criança tem uma participação mais intensa do que qualquer adulto, com a aparente “maturidade” suficiente na relação entre pessoas, simplesmente porque tem o coração no que está fazendo. Não faz nada envolvida por julgamentos ou pré-conceitos formado por uma fria regra racional que hoje faz parte de quase todo ambiente aonde existam relações.

Vejamos se o mundo fosse de crianças apenas, quase todas as relações seriam assim:

- Por favor, preciso...
- Não! Você é feio (Você incomoda)

ou então

- Claro! Eu gosto muito de você (Você participa da minha vida neste momento)

Simples!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Teu Sorriso (Ale - 08/02/2007)














Hoje eu só preciso chorar
e ouvir a canção que me faz relembrar o seu rosto
E seguir minha dor
Pois me leva a você

E lá, aonde o amor também vive
A dor da saudade sufoca seu peito
Assim como o meu

E a distância nos liga
De forma sofrida
Calada e sentida

O amor
Essa forte presença marcante
Pulsante
Doída

Quando não acontece em real liberdade
Aperta e machuca
Porém fortalece quem ama
Enobrece a vida

A verdade do amor que eu sinto
É a mesma verdade do seu coração

Seu sorriso é tão belo
Que adentra meu peito
E penetra na alma de forma completa

E assim eu percebo que amar é viver
Respirar é a mesma energia de ouvir você rindo

Ser feliz é estar para sempre
Amando você

terça-feira, janeiro 23, 2007

Sem Palavras (Ale - 23/01/2007)


Não há versos ou rimas
que eu possa aproximar

Não, não perdi a inspiração
Nem desaprendi escrever

Tenho muitas
Talvez milhares
Formas de te dizer

Muitas rimas
e estrofes
muitos versos e palavras

mas nenhuma explicará
o meu amor por você!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Explicações (Ale – 15/01/2007)


Não quero falar de mim
Nem me explicar
ou dizer o que sinto

Não quero falar pra ninguém
Que amar é assim
ou que não

ou que tudo é o que penso
e que a vida é bonita
assim mesmo

Não quero dizer que não é
Nem que foi
ou será

Na verdade eu não quero
Fazer do amor
Essa briga de idéias

Essa luta constante
Razões
Soluções
ou...sei lá

Argumentos e provas
ou compreensões

Um debate sobre convenções
O que deve;
O que pode;

Complicado;
Difícil;
Impossível;

É tão simples
é só se entregar!

Não, eu não quero mais ter que falar

Eu não quero provar
nem dizer;
Convencer

Eu só quero viver como sinto
E o que sinto
É que a vida é amar