terça-feira, janeiro 06, 2009

Por Dentro (Ale - 06/01/2009)


Entre as paredes que separam almas,
a rosa que as unificam
E o concreto acinzentado sob o sol

O corpo aquece, feito ferida descascada
Levemente untada com areia

A cabeça dói com a velocidade
Não, eu nem sei se do pensamento
Ou se do vazio

Mas sim, o vazio é veloz
Muito mais do que luz que acende

E as entranhas que atormentam
Não me deixam dormir a noite
Nem mesmo ao dia

Mas o que importa?
O sabor amargo ou azedo
é mesmo o que se tem?

Porque na verdade
O que é demasiado doce me dá enjôo

Nem sei o que é melhor
Talvez nem mesmo o seja

O que mais eu quero ver?
Meus olhos refletidos?
Muitas perguntas descabidas

Não cabem se quer
em qualquer resposta tola
dirigida a mim
por mim mesmo

Sim, de fato
Nem sei de mim
E quem sabe?