quarta-feira, setembro 27, 2006

Alvorada (Ale - 27/09/2006)





Encontro-me
Novamente entre o espaço
que reluz da alma

Claro
Mas não em luminosidade

Vago, apenas!

Solto nos ares
Infinitos e azuis
Da vida mansa

Viajando em círculo
Dentro de mim

Percorrendo uma suavidade
Remota, talvez
Porém viva

A isso chamo
Renascer

Lavado pela vida
Dura vida dos sentimentos
Modeladores dos seres

Agora leve
Como água que escorre
No rio constante

Vida, clara
Vida doce,
Viva alma

Faz-me puro,
Límpido como uma gota
Do orvalho da madrugada

Faz-me vivo
Claro como uma luz
Dos olhos da alvorada

Vida rosa
Vida dourada

segunda-feira, setembro 18, 2006

Semente (Ale - 18/09/2006)





Levo-me apenas
Como quem se deixa levar
Por uma brisa leve

E seguindo a direção do mar
Sinto-me livre

Liberdade soprada no vento
Dos meus próprios sentimentos guardados
...aqueles da alma

Uma alma entregue à vida

Viver é descobrir
Na maré das emoções,
Sejam elas caudalosas
ou mesmo tranqüilas,

a beleza contida nas águas

que hora nascem
...gota de orvalho
e hora deságuam
...densa cachoeira

Águas que lavam
limpando sonhos

e matam a sede
de toda alma sedenta

águas que molham sementes
plantadas no chão do meu peito

para que meu coração se transforme
em flor

e espalhe por todo universo
sopradas pela brisa suave
pequenas sementes de amor

sexta-feira, setembro 15, 2006

Às ordens mamãe...(Ale - 15/09/2006)


30 Anos
com uma filha de 10
e muitos planos

inverti a seqüência
do procedimento padrão
priorizei sempre meu coração

Cansei...
Vou estudar e depois disso
Ganhar dinheiro

Fazer jus ao meu nome claro e direto

Obedecer às ordens de minha mãe
Que no ano de 1976
Assim me disse:
Alessandro, (H)enrique...

Enfim, compreendi
o âmago do sofrimento

desobedecia até então
a ordem que me foi dada
naquela ocasião
o dia do meu nascimento

quinta-feira, setembro 14, 2006

Escalada (Ale - 14/09/2006)


Os muros?
Estes não existem
Mera ilusão

Saltei todos eles
Os que me foram apresentados
como empecilhos

Feridas expostas, sim
mas isso é parte do que aparenta ser,
apenas

Cada uma
Uma a uma
Nada mais do que marcas

E o que são marcas?
No fundo, são vida

Aprendizado e experiência
Contida na percepção humana

Alguns deles, dos muros,
tão altos
Distantes da minha insignificância

(Ainda há quem não acredita no amor
Pois saibam, todos
Eis que me fez maior que eu)

E mesmo mantendo minha "desimportância"
Cheguei ao topo de cada um deles

Ora...a queda
Faz-me rir
Outra ilusão marcante

A queda meus amigos
É a principal das marcas

Posto que o chão
Nada mais é
Do que um limite

E o amor, este sim
É infinito

Nada mais lindo
Nem mais tocante
Do que cair por ter amado

Os muros
As marcas
As dores e as feridas

Insignificantes
Diante do amor,
O principal motivo da vida

quarta-feira, setembro 06, 2006

Naturalmente (Ale - 06/09/2006)


Noite...
pálido céu negro

Contraste!

Sim, talvez.
Por hora um frio seco
Por outra...tarde

Um sol aquece o medo
E a luz permanece acesa
Dentro de mim

Abrem-se campos e sonhos
Matam-se flores.

Covardes!

Eis que aqui estou para defendê-las

Pois se não sou mar
Quebro nas praias
E se não as tenho
Hei de nos sonhos,
Um dia, tê-las.

Luz que me abre a vida
Em forma de girassóis
Traga-me aqui
O mais puro céu de azul cristal

Traga-me, apenas
Para dentro de ti

Como tragada a água
em terra seca
como tragada a cor
de uma borboleta azul
pelo olhar da correnteza

que de tanto correr
parece firme
e de tanto amar
joga-se ao mar

em uma forma única
de demonstrar
sua profunda natureza