quarta-feira, maio 30, 2007

Amar (Ale - 30/05/2007)


Faz tempo que não te vejo
E teu olhar, novamente me toma a alma
Como se fosse sempre assim

Tu és presente aqui,
Como o sentir das minhas mãos
Ao toque das tuas

A leveza me domina o coração

E meu mar, mesmo que ainda
Sob as previsões dos temporais
Está calmo
Tão calmo que me assusta

Como se a certeza de ti
Estivesse cada vez mais evidente
E todas as aparelhagens que prevêem
não condizem com o real

O real nem sempre é visível
Muitas vezes somente sentido
E o sentimento é bússola
Que nos conduz à calmaria

Maremotos, tempestades
Enfrentamos.
Eu, meu mar e você

Não, não era apenas porque tinha que ser
E sim, pra que pudéssemos
Compreender todos os movimentos

Das marés, das águas
Das correntes, das ondas
Das gaivotas e dos ventos

Compreendemos
E agora, estamos aqui
Diante de tudo que passamos

Sim, meu amor...vivemos
Navegamos!

Aprendemos enfim
Muita coisa essencial
Aos navegantes
Agora, aportemos.

O meu barco agora é teu
E teu barco, meu
Seguiremos

Sim! Meu belo mar te pertence
E só tu és capaz de deixa-lo assim
Suave e tranqüilo

Sei que as águas caudalosas
Já passaram.

Nos resta o mar

De mim
De ti
De nós
Ah! Mar...

segunda-feira, maio 28, 2007

Florescer (Ale - 28/05/2007)


Eu queria hoje, apenas um olhar
Que me arrancasse a dor ou a alma
Posto que, andam juntas

O som de um sorriso claro e aberto
Sem rancores ou disfarces

Hoje eu queria soltar
todo o amor que me arde o peito
tal qual um pássaro
que voa livre

queria poder sonhar sem me lamentar
de tudo aquilo que perdi
ou que nem mais sei por onde anda

hoje eu não queria mais chorar de doer
nem lembrar que sofri

hoje, meu Deus
queria apenas sentir o perfume
das flores que só existiam
quando eu era criança

Ah! Doce criança
Que não sabe o que é a dor
Porque o amor lhe é eterno

Apenas uma criança eu queria ser
Por hoje
Por hora
Pra sempre

Pra que não conseguisse enxergar
As malícias nem as trapaças
Desse mundo tão cru e distante

Mundo que chora
Pela falta do amor
Em suas entranhas

O preto estampando um contraste
Com o cinza
Vida, por hora descolorida

aonde o amor nasce e cresce
mas que não flora
por ausência de espaço
ocupado pelos prazeres
e ilusões envolventes

hei de um dia entender
a chave do novo mundo
aquele que amanhece

aonde as flores são amadas
e aonde o amor floresce

sábado, maio 19, 2007

REINADO (Ale - 19/05/2007)


Eu fico aqui parado
Olhando o tempo em sua infinidade de fases
Hora quieto, hora agitado, hora nem sei...

O tempo, essa luz presente
me leva em lugares distantes
Nas Profundezas da minha própria alma

Lá, aonde os amores eram eternos
E os sentimentos eram intensos

As amizades eram jóias preciosas
Doávamos a nós mesmos por quem amávamos
A entrega era completa

Amávamos de peito aberto
Amigos e amores,
fiéis e inseparáveis

A honra prevalecia diante de tudo
Como uma lei universal
Palavras tinham força
E os olhares falavam mais que a própria boca

Tempo distante que se desmonta
Pouco a pouco

Uma tristeza me consome
Quando percebo ao meu redor
que já não é nem a metade do que fora um dia

e o mundo que tenho em mim
se desmorona feito duna de areia
levada ao vento

o vento dos egoísmos
e vaidades

o vento que sopra longe
aquilo que é real e profundo
e enfeita as superfícies das almas corrompidas.

O mundo dos produtos postos à venda

vende-se gente,
compram-se amores e amizades
A busca acelerada por aparências

Aonde o ser se apaga
Dando lugar ao ter

E as pessoas desenfreadas
Buscam aquilo que nem mesmo elas
Sabem o quê...

Quase tudo agora é descartável
- Serve-me um tempo
e jogo fora, porque agora
quero algo mais notável!

Os velhos perdem o valor
Todos ultrapassados
Porque o passado
Aonde o amor era toda a soberania de um reinado,
se acabou

Ainda sinto amor pelo rei
Meu grande rei
Aquele a quem eu dava a vida se precisasse

Sinto saudade dos velhos tempos
Grandes reinados

O meu cavalo,
companheiro das lutas,
me acompanhava até o fim

Hoje são carros,
Feitos de lata
Que nem se quer me olham

Tempo das coisas frias sem sentimento

Quando o amor se apresentava no coração
Buscávamos a sintonia
Dos mais nobres tratamentos

O carinho e a dedicação eram completos
E a vida se transformava
Em um caminho reto
Em busca da perfeição

Nova aurora se apresentava
O coração preenchia de amor

Pela mulher amada,
Pelos amigos
Por nosso rei
Pela nação!

Onde estão todos, nobres senhores?

Quero poder ter a nobreza de volta ao mundo
E a beleza que é a vida
Possa brilhar em realeza

Quero o amor entre os amigos
O compromisso da amizade
Se transformando em fortaleza

Amor ao rei
Fidelidade brotando do coração

Tempo de glória
Mundo ideal

Talvez um dia eu possa
Em humildade e merecimento
te renovar dentro de mim

Luta constante,
transformação

Um grande amor!
A realeza de um coração
Pela nobreza de um lar

terça-feira, maio 15, 2007

O Andarilho (Ale - 15/05/2007)


Ainda lembro com detalhes daquele teu olhar. Ainda sinto aqui dentro, toda a força contida em seu sorriso ao acaso. Não...Não sei porque não estás aqui agora. Teu cheiro era essência que me conduzia ao teu sentimento. Sublime sentimento de uma mulher que ama, que ri e que chora de amor apenas para si mesma. Mulher que quando sofre, se cala e quando ama se entrega ao seu próprio coração em chamas. A vida te fez forte e te mantém intacta de tudo que te rodeia, mesmo dos pensamentos mais audaciosos e astutos como as raposas. O teu controle é indiscutível e real...quase uma rocha, presa em uma montanha aonde corre um rio de sentimentos. Apoiada apenas por uma leve flor silvestre. Quando te olho, às vezes me pego confuso! Quem és tu? A rocha ou a pequena flor? Não sei, pois até hoje eu nada sei a teu respeito e até então não sei dizer o fim. Infinito amor que me persegue. Hora te deixo, hora te busco, hora te esqueço e hora nunca haverei de deixar-te, meu doce amor. Um paradoxo vivo em meu coração. Aquilo que é, mas nunca foi, mas que o universo te traz aqui, pra sempre. Muitas vezes, te jogo nas profundezas do calabouço da minha mente e nessa hora, nem sei teu nome e finjo que não existes mais. Vasculho todo compartimento da minha alma, mesmo aqueles mais longínquos e não te vejo. Respiro fundo e sigo em frente, um certo alívio, uma angústia. Faço a limpeza necessária, conforme cita o protocolo das convivências...”O que passou, passou” ando pra frente, mas é inútil. Sempre. Corro, fujo, luto e até penso que agora sim, tu não existes mais aqui dentro. Triste ilusão impregnada no meu espírito de viajante. Vê, bem ali, na frente, não é você? Então, meu Deus eu te pergunto enfim, por quê? O amor é mesmo um sentimento desconhecido pelos humanos e a força contida no que de fato importa, é minha bússola. Já que estás sempre aqui, me deixo ser assim. Um eterno e inquieto andarilho do teu coração perfeito.

quinta-feira, maio 10, 2007

Pra não morrer de amar (Ale - 10/05/2007)


E assim, aos pouquinhos o mundo me vence
E eu aprendo que lutar não adianta
A não ser pela nobreza de um lutador
Porque os fatos permanecem

Ninguém muda
A vida anda
Atropelando um coração cansado
De amar

Aos pouquinhos vou morrendo
E aprendendo que amar
Nem sempre é bom
Talvez o certo

E os anos vão passando
Como passa a nuvem
Hora clara ou carregada

Meu coração
Céu da minha alma em tempestade

Quantas vezes eu pedi que fosse agora
O pra sempre que sonhei desde criança
Quantas noites eu pedi pra ir embora
Dessa terra que me arranca a esperança

Estou aqui, ainda inteiro
Em fagulhas ou pedaços
Rejuntando o que me resta de mim mesmo

Novamente e aos poucos me refaço

O meu mundo tão distante, ainda vejo
Dos amores de infinita intensidade
E dos épicos corações apaixonados
Mergulhando nos meus sonhos e desejos

Oh, Deus de amor ilimitado!
Olhe agora por um filho que te implora,
me renova a esperança aqui no peito
pra que eu possa conhecer o que é vitória

quarta-feira, maio 02, 2007

Aqui nos Sonhos (Ale - 02/05/2007)


Minha alma chora a ausência
Um vácuo em mim
Arranca a noção de meus passos

Aonde ir?

O chão se extingue feito uma nuvem
Que apenas passou
Sob meus pés andantes

Não há caminho
Nem estrada que me leve aonde quer que seja
Apenas vivo
Solto no espaço da minha própria existência

Solitário como a estrela mais distante
Derrubei as paredes em que me apoiava
E me tiraram à base

A minha volta
Astros em sua órbita
Emanam forças celestes
Para preservar meu eixo

Belos astros que contemplo
Admirados em suas luzes
Um alento

Temo ser em vão
Tanta energia
Pois me sinto fraco

Temo despencar
Num precipício Infinito
Dentro de mim

Permaneço enquanto posso
Movimento orbital
Aqui nos sonhos

Não descanso
Porque não posso parar
Fortaleço e me refaço

Cada instante do universo
É o começo
E meu tempo
É a beleza de amar