quarta-feira, janeiro 30, 2008

Será que eu estou certo? (Ale- 30/01/2008)


Em verdade, desconfio de todo aquele que abandona a si mesmo e põe os olhos por sobre a face da terra que o circunda, passando então a vivenciar em suas sensações as glórias ou os dissabores alheios e a partir de então suas vidas tendem ao óbvio constante e as certezas repletas de “absolutismos pessoais” assimilando dentro de si algo próximo de uma convicção sobre qualquer tipo de comportamento, desde que seja dos outros e com essa atitude “pseudo-nobre” passa em branco perante si mesmo a sua própria existência. Talvez se considerem os reis de suas próprias vidas e em função disso devem então administrar os demais, carentes de reinados próprios. Líderes, governantes, senhores, mestres, doutores, ou meros pais de família que se envolvem dentro de um casulo inquebrantável de verdades. Desconfio da hipocrisia contida na alma de quem é repleto de desejos e têm a força emocional adquirida, imperando um eterno autocontrole sobre seus atos e se sobrepõem aos demais por isso, considerando-se melhores ou mais polidos. Tantos, muitas vezes ainda emocionalmente fracos têm uma essência espiritual de leveza, a tão buscada paz de espírito e que por pouquíssimas vezes tiveram que estabelecer o uso da força mental para não agir de determinada forma. Desconfio de mim mesmo que tenho tempo para observar o que tenho dito até então e com isso esqueço que preciso muito mais observar a mim, o que sinto, porque sinto, minhas vontades e meus desejos e transformar dentro de mim todo e qualquer vício mental, fruto daquilo que assimilei no decorrer dos anos. Olhar para mim de fora, de cima, de baixo e minuciosamente aprender a me compreender. Compreender que sentir-se melhor que alguém é tirar de si a condição de colocar-se no lugar deste.

A espiritualidade a meu ver é algo bem mais além do que não fazer as coisas incorretas ou mesmo fazer as coisas corretas. É o conhecimento de si a tal ponto, que o outro ou o todo, faz parte de mim, não apenas em teoria, mas sim na prática e no comportamento, mesmo nos momentos em que estou sozinho comigo mesmo. Hei de me compreender um dia!

Meu mar (Ale - 30/01/2008)


Passam os anos
Como sombra de nuvens
Por sobre o mar

Meu coração é mar

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Voar (Ale - 21/01/2008)


Assim como a parede me reflete a dor
A luz das estrelas me banha
E a noite se estende em meu peito

Anoitecer calado
Por sob os sorrisos calmos e sem graça
Não faz de mim um fraco

Minha fraqueza é um casulo
E em mim mesmo
Eu me recolho
E a cada dia me refaço

E as novas asas
Do meu céu de sentimento

Faz do momento
Meu momento de voar

E feito ave
Eu esqueço do cansaço
E vôo livre
Novamente par o mar

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Amar-te (Ale 17/01/2008)


E ainda assim
Insisto em permanecer
Naquilo tudo em que acredito

Não desisto de querer
O mais profundo sentir

Amar e amar e amar
Tantas e tantas vezes
Quantas se fizerem necessárias

Como dizem os artistas
Perdidos em seus próprios universos
Muitas vezes
inversos

Na arte de sentir dor
E na dor de se fazer arte

Amar faz parte
E arte, nada mais é
Do que a parte
Mais-que-completa do amor

Amar-te
Amar-te
E Amar-te

Assim sou eu
No calabouço dos meus segredos
Inteiramente arte