terça-feira, dezembro 19, 2006

No Outono (Ale-19/12/2006)


Os meus olhos escancaram em mim
As dores
As tristezas
e os amores

e de mim nascem palavras
que se soltam
como folhas no outono

Enquanto luzes se acendem
e se apagam
eu renasço

e a raiz que me sustenta
se mantém profunda
e intacta

ao mesmo tempo que sou livre
me refaço
e me prendo

no que pode parecer
cansaço
me contento

no que pode refazer
pedaços
me procuro

sou caco, estilhaço
sou inteiro

fruto do que sinto
hora verde e recente
hora velho

inocente fruto maduro
no tempo que sustenta os galhos

árvore da vida
minha doce vida que tremula
com o vento

na canção que ouço a tarde
em céu pintado de vermelho
eu me olho

e no brilho do olhar
me acho

uma lágrima escorre em meu rosto
como o orvalho que escorre
numa folha sem cor

e a dor que se mistura
com a alma e com o sereno
se transforma calmamente em amor

2 comentários:

Isis Brandão disse...

Ai.. Vc sempre se supera? Lindo seu sentimento e como o de costume, inteligente sua maneira de enxergar as coisas...
Vc é raro, Alessandro.
Um beijo.

Anônimo disse...

UM SANTO NATAL E QUE 2007 SEJA DE FACTO UM "ANO ÍMPAR"...