terça-feira, novembro 16, 2010

Poema do sete-pele ou Poema anti-capital (Baseado no Poema de Sete Faces de Drummond)


Quando nasci, meu pai
Desses que compram
Disse: Vai, Alessandro, (H)enrique.


Os carros olham os homens
Que as mulheres correm atrás
Dos homens sem dúvida,
dos carros, bem mais.

O ônibus passa lotado
Trinta e seis sentados, quarenta em pé
Para que tanta gente pobre, meu Deus?
Pergunta o zelador.
Porém meu patrão, não pergunta nada.

O homem de maquiagem
É sério, rico e metrossexual,
Fala pelos cotovelos,
Cheio de amigos interesseiros
O homem rico, que malha de maquiagem.

Meu Deus, porque te abandonamos?
Se sabíamos que tinha outro deus,
Se sabíamos que éramos trapos?

Mundo mundo gasto mundo
Se eu me chamasse Gastão,
Seria uma solução e não uma rima.
Mundo mundo gasto mundo
Mais gasto com meu cartão

Eu não devia falar,
mas este shopping,
este SPA,
botam este povo entretido com o diabo.

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