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Poema do sete-pele ou Poema anti-capital (Baseado no Poema de Sete Faces de Drummond)
Quando nasci, meu pai
Desses que compram
Disse: Vai, Alessandro, (H)enrique. Os carros olham os homens
Que as mulheres correm atrás
Dos homens sem dúvida,
dos carros, bem mais.O ônibus passa lotado
Trinta e seis sentados, quarenta em péPara que tanta gente pobre, meu Deus?Pergunta o zelador.Porém meu patrão, não pergunta nada. O homem de maquiagemÉ sério, rico e metrossexual,Fala pelos cotovelos,Cheio de amigos interesseirosO homem rico, que malha de maquiagem. Meu Deus, porque te abandonamos?Se sabíamos que tinha outro deus,
Se sabíamos que éramos trapos?
Mundo mundo gasto mundo
Se eu me chamasse Gastão,
Seria uma solução e não uma rima.
Mundo mundo gasto mundoMais gasto com meu cartãoEu não devia falar,mas este shopping,este SPA,botam este povo entretido com o diabo.
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