terça-feira, março 21, 2006

O que restou (O jardim do poeta) – Ale 21/03/2006


O cinza aproxima-se com um vento
perdido no universo
Sequidão por sobre o peito
Em um coração concreto

A razão se sobrepõe em mim
Endurece flores
Petrifica cheiros

Lembro-me das árvores
Minha face limpa rachou com elas

De meus olhos formam-se nuvens
Carregadas de raios
Tempestade queimando folhas

Temporal escorrendo em gotas
Sobre meu corpo
Lágrima a lágrima, moldando a pedra

Lavando o que sobrou da alma
Molhando o que restou das cores

Regando o amor
no coração de um poeta


4 comentários:

Anônimo disse...

Ale, Linduuuuuu este poema triste e alegre.
Por que da antítese, vc no final justifica bem este coração endurecido, que mesmo nesta condição ainda assim existe amor no coração deste lindo e brilhante POETA.
Obrigada por existir e escrever tão bem.
Beijos

O Micróbio II disse...

O Micróbio faz anos hoje...

Ale (mestressan) disse...

hehe...Cacau...vc me deixa sem jeito! :p hehe...mas é bem isso que eu quis passar a idéia de que as lágrimas talham pedras e moldam os sentimentos e assim o amor sempre se mantém vivo, mesmo que o poeta esteja seco! O amor é presente

Ale (mestressan) disse...

Grande amigo Carlos...irei em sua "casa" lhe parabenizar! Um abraço