
Como se fôssemos continuidade
Fito teus olhos
e nesse exato instante te sinto em mim
inexplicável emoção me brota
como a lágrima que rola a face do abandono
deixo-te sempre
olhar profundo
horizonte das águas entre as montanhas geladas
o frio me cala a boca
tento balbuciar palavras que te soem aos ouvidos
como canção perfeita
acariciando teu sonho mais colorido
mas é inútil
e a manada de cavalos selvagens
pisoteiam meu coração pequeno
diante do que eu mesmo nem sei dizer
corro de mim e fujo de tudo que me causa anseio
inutilmente
porque mesmo depois de correr
do próprio medo
e mesmo depois da angústia do terremoto
da emoção
tudo se cala
tudo se acalma
no fim de tudo
desse tudo imenso que há em mim
só o silêncio
absoluto, claro e eterno
olho adiante
e te vejo inteira
inabalável flor distante
recolho-me nas nuances de suas cores
posto que és primavera
no meu inverno
Um comentário:
Gostei da "manada de cavalos"... dão um ritmo intenso ao poema!
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